Moda interativa e de inclusão social no Senai

Uma coleção de roupas desenhadas especialmente para pessoas com deficiência visual foi uma das novidades exposta durante a semana na Mostra Senai de Ações Inclusivas, evento que está sendo realizado paralelamente à Olimpíada do Conhecimento, na Universidade Positivo, em Curitiba.

Os trajes permitem nem só interatividade, como também informam à pessoa, através de símbolos em relevo, a cor da roupa e o lado correto, evitando assim que a roupa seja vestida de trás para a frente ou do lado avesso.

A criadora da coleção, Adriana Salles, que é ex-aluna do curso técnico em Estilismo do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e formada em Pedagogia, conta que teve a idéia porque tem crises freqüentes de enxaqueca que a deixam temporariamente cega. “Vivencio a dificuldade que os deficientes visuais têm”, conta, lembrando que o projeto demorou cerca de oito meses para ficar pronto.

Salles conta que a coleção visa também desenvolver a habilidade motora, através de brincadeiras que simulam situações reais, como escovar os dentes ou amarrar um tênis.

“Uma das roupas tem uma árvore e folhas que podem ser grudadas nos galhos”, explica. As informações de cor e lado, de acordo com a estilista, têm o propósito de dar independência ao cego, principalmente às crianças.

O projeto tem cunho filantrópico e pode, segundo Salles, ser implantado no Instituto Paranaense de Cegos. “Há interesse por parte deles, inclusive já tem um espaço reservado, onde pode ser instalada a fábrica e uma loja”, explica.

Mas para a coleção deslanchar, Salles diz que ainda depende de apoio. “Estamos atrás de colaboradores”, diz. A necessidade principal é de equipamentos, como mesas de corte, máquinas e materiais de costura.