Milhares de foliões fazem grande festa com a Caiobanda

Mais uma vez superando a expectativa, a Caiobanda alegrou o Carnaval de quase 250 mil foliões, no último domingo, na Avenida Atlântica de Caiobá. Animadas, as pessoas pulavam na frente, dos lados e atrás dos trios elétricos Canibal e Tremendão, que animavam a festa pela segunda noite consecutiva, assim como o grupo Le Figarro. Não tinha como ficar parado sem ser contagiado pela alegria da multidão. Cada folião tinha a própria maneira de se divertir.

Antes das 22h, horário marcado para a folia começar, William Soares, de 18 anos, já se dirigia para a avenida com a cabeça feita. Desde a última quinta-feira, ele tratou de dar um jeito em seus cabelos para que ficassem divertidos, sem incomodarem. "Eu só uso boné, mas imagine: praia, Carnaval, trio elétrico e multidão. Se eu cair, meu boné já era. Então resolvi fazer as trancinhas, que é mais fácil. É só jogá-las para trás e cair na festa", garante William.

A festa ainda nem tinha começado, mas às 22h30 a multidão já estava tomando conta da avenida. Também no calçadão, pouco antes dos trios partirem, a prevenção contra doenças era feita. Com camisetas da campanha de combate às doenças sexualmente transmissíveis do Estado, moças distribuíam preservativos para os foliões já ficarem "ligados". Um dos grupos que recebia as camisinhas chamava a atenção pela economia: dez pessoas tomavam uma bebida "especial", num balde com vários canudos.

Também se destacava, na multidão animada, um grupo de quatro rapazes de Curitiba. Eles vestiam a mesma camiseta "baby-look", bem justinha e cor-de-rosa. Na frente, a pergunta pintada era conhecida -"Quer dar uma espiadinha?" – nas costas, cada rapaz trazia uma letra e, juntos, formavam a palavra "Diva". Algo bem feminino. "A idéia foi das meninas mesmo, mas gostamos tanto que resolvemos roubá-la. E nós é que viemos com elas", conta, faceiro, Leonardo Mattana, de 18 anos.

Outro grupo que pulava como um bloco, uniformizado, eram os "Pé Vermelho", de Arapongas. Dezessete pessoas, de todas as idades, da família Rompinelli, compunham o bloco. "Todo os anos estamos aqui em Caiobá para o Carnaval, sempre aumentando o bloco. Este ano está muito bom. Com certeza, no ano que vem o bloco vem ainda maior", garante Anderson Rompinelli, de 28 anos.

Coreografia

Os "Unidos da Raviola" tinham até coreografia ensaiada, mas, ao contrário dos outros grupos, cada um tinha a fantasia a seu estilo. Fernando, Gabrieli e Renata eram de Curitiba, e Meggy e Donizete de Matinhos.

Havia ainda os mais de dez homens, todos de sunga vermelha e apito na boca, como bombeiros, que seguiam enfileirados; um menino maluquinho que dançava em cima do carro; os que pulavam de toalha na cintura e touca na cabeça; e foliões com chapéus e perucas dos mais diferentes modelos. Havia sombreiros, chifres, chapéu de bobo da corte, coroas e antenas de todas as cores. Porém, quem não tinha nem companhia, nem fantasia, não deixou de se divertir. Sozinha, no calçadão, Vera Lúcia Lazarini, de 54 anos, pulava para lá de feliz. "Eu adoro o Carnaval e pulo mesmo. Muitas meninas perdem para mim. Não bebo, não fumo, mas danço bastante", afirma.

Era pouco mais de 23h quando os trios elétricos começaram a tocar. Até a 0h45, quando o primeiro trio, o Canibal, parou em frente ao camarote montado na Rua Londrina, a música que agitava a multidão era o axé e um pouco de marchinha. Depois desse horário, a alegria dos foliões ficou completa, ao som dos tão tocados funks. A festa só acabou por volta das 3h.

Roubos

A segurança na avenida ficou por conta de 300 policiais militares, que resolveram na hora as poucas confusões. O que chamou mesmo a atenção da PM foi o número de roubos a automóveis. Enquanto a multidão se divertia, quatro veículos foram roubados, mas no final da manhã de ontem já estavam recuperados. 

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