Margens do Rio Atuba se transformam em lixão

Moradores da Estrada das Olarias, no Atuba, quase na divisa com o município de Colombo, estão na bronca com a situação das margens do rio que dá nome ao bairro. O local se transformou num verdadeiro lixão a céu aberto, onde pessoas de toda região jogam móveis velhos, restos de construção e lixo doméstico. Por causa da situação, o mau cheiro tomou conta da localidade, atraindo moscas e cachorros de rua.

Neucélia Bueno é proprietária de uma pequena mercearia localizada na Estrada das Olarias e próximo à ponte do Rio Atuba. Ela conta que diariamente flagra as pessoas depositando lixo no local. “É um absurdo o que eu vejo aqui todos os dias. Tem gente do condomínio que fica em frente a minha loja que chega e jogas sacos e mais sacos de lixo. Outro dia chegou uma picape e descarregou uma caçamba inteira de entulho”, relata a comerciante.

Segunda o assistente de produção Rogério Leite de Oliveira, que é morador de Colombo e diariamente transita pelo local, afirma que tem medo do lixo invadir o rio e causar uma enchente na região. “É sofá, cadeira, tijolo, lixo doméstico e muito mais. É todo o tipo de lixo. E se cair no rio vai ter enchente. Na última chuva a água subiu mais do que o normal e se não fizerem nada, o pior vai acontecer”, desabafa.

Drogas e assaltos

Dona Maria do Rosário de Lima também mora na região e passa todos os dias por caminho usado pela população que fica às margens do Rio Atuba. Ela conta que além do lixo, o local se tornou ponto de uso de drogas e de constantes assaltos. “Se observar bem, é um muro de um lado e mato do outro. À noite o caminho é perigoso, cheio de drogados que assaltam as pessoas para comprar crack depois. A situação está bem complicada”, diz.

Limpeza de emergência

Ontem no final da manhã, o Departamento de Limpeza Pública da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, retirou quatro caminhões de lixo, totalizando 5,3 mil quilos de entulhos. Neste material havia lixo orgânico, pedaços de madeira, alimentos estragados, lixo reciclável, sofás e guarda-roupa. Um volume de caliça de construção civil foi deixado no local  e a prefeitura deve retirá-lo até quarta-feira da semana que vem. De acordo com prefeitura, a coleta sempre foi normal na região, mas o acúmulo de lixo ocorreu porque a população passaou a usar aquele trecho como bota fora. A prefeitura pede que as pessoas deixem jogar lixo ali, até porque toda a cidade é coberta com coleta regular de lixo. E diz que os moradores devem denunciar futuras ocorrências através do telefone 156. Quem for flagrado jogando lixo em locais proibidos pode ser multado em R$ 1.100,00.

Gerson Klaina
Moradores reclamam do mau cheiro e do perigo de doenças.