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Lixo prejudica rede de esgoto em Londrina

O lançamento de lixo de forma inadequada é responsável por 60% das obstruções da rede de esgoto e mostra que população ainda não dá o destino correto para os resíduos sólidos gerados em suas casas.

O dado foi apresentado por técnicos da Sanepar, nesta semana, durante reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente de Londrina. Os técnicos explicaram o processo de gestão da rede coletora de esgoto na cidade, que é vistoriada diariamente em 100 pontos estratégicos da cidade.

O gerente geral da região Nordeste, Carlos Roberto Pinto, avalia que a participação da Sanepar na reunião foi proveitosa. “Vamos fortalecer a parceria tanto com o conselho quanto com o município, melhorar a troca de informações técnicas e intensificar ações conjuntas”, disse.

A apresentação foi feita pela gerente regional de Londrina-Cambé, Mara Lúcia Pereira Kalinowski, e pelos engenheiros Sérgio Sambatti e Luiz Henrique Fujisao, este coordenador de Manutenção de Redes.

Eles informaram que o monitoramento da rede da Sanepar é constante. Entre os pontos, vistoriados todos os dias estão fundos de vale, córregos e lagos de Londrina. Mensalmente são lavados 62 mil metros de rede e desobstruídos cerca de 700 pontos de rede e ramais.

A cada dois dias é identificada uma ocorrência. As causas dos extravasamentos de redes, mesmo com o trabalho intenso e preventivo, estão concentradas no lançamento indevido de pequenos objetos, como papéis, panos e plásticos.

A deposição deste material, que deveria ir para o aterro ou ser reciclado, responde por 60% dos casos de obstrução da rede e extravasamentos. Outros 20% têm como causa o acúmulo de gordura.

“É preciso um trabalho integrado de vários órgãos. Ainda temos que avançar muito na educação da população sobre o uso da rede de esgoto e sobre o destino correto para os resíduos sólidos. A caixa de gordura, quanto existente, não recebe manutenção”, afirma Mara Lúcia.

Ligações irregulares

Outras causas de danos à rede coletora de esgoto são ligações irregulares da água de chuva, que causam 15% das ocorrências. Há também o arraste de areia e terra, raízes das árvores e atos de vandalismo.

“É comum encontrarmos pedras enormes na nossa rede, lançadas nos nossos postos de visita por vândalos. Mesmo com a remoção durante as manutenções, chegam às estações de tratamento aproximadamente 1.500 metros cúbicos de resíduos por mês”, indica. “A falta de um cadastro confiável das galerias pluviais também prejudica a gestão da rede de esgoto”, disse a gerente.

A Sanepar vistoria anualmente, em média, 30 mil imóveis de Londrina dentro do programa de despoluição ambiental. “Por ocasião da visita, é feita orientação técnica sobre a forma correta de se interligar na rede coletora, o que é o esgoto e a importância da caixa de gordura, bem como, de se separar a água de chuva, entre outros pontos de esclarecimento”, ressalta Mara Lúcia.

A partir deste trabalho, a Sanepar repassou, recentemente, para a Sema Municipal, 1.700 endereços de imóveis que não têm caixa de gordura. O compromisso da secretaria é notificar os proprietários dos imóveis.

No início deste ano, a Sanepar passou a fazer ação integrada com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Sema Municipal de Londrina. O trabalho consiste na cessão de técnicos, veículos e equipamentos para ações preventivas e corretivas com foco em vazamentos e despejos irregulares. “Temos que intensificar as vistorias em estabelecimentos como postos de combustíveis, lava-rápidos, oficinas mecânicas e lavanderias, por exemplo, que lançam esgoto se,m a anuência da Sanepar ou mesmo fora do que foi determinado no documento”, comenta Mara Lúcia.

“Caminhões autofossas também são um problema e denúncias devem ser feitas para a Sanepar no telefone 115. Os caminhões só estão autorizados a descarregar o esgoto nas estações, após cadastro e identificação das características do resíduo”, afirma.

Investimentos

A Sanepar está investindo em Londrina R$ 57 milhões em obras para ampliação do sistema de esgotamento sanitário. São obras importantes, feitas desde 2010, como a Estação de Tratamento de Esgoto Esperança, na Região Sul da cidade, que deve entrar em operação neste mês.

Apenas em Londrina, a Sanepar opera cerca de 1,5 milhão de metros de rede de esgoto. O serviço de coleta de esgoto em Londrina chega a 86% da população urbana, ou seja, aproximadamente 440 mil habitantes, e 100% de tudo o que é coletado é tratado. Tal situação coloca a cidade entre as 10 melhores em qualidade de saneamento no Brasil.

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