Livrar-se da catarata ficou mais fácil

As cirurgias para acabar com a catarata atingiram, nos últimos anos, um patamar de grande eficiência, no qual o paciente se recupera em pouco tempo. Mas uma nova técnica está no mercado para diminuir ainda mais o período de reabilitação, além de minimizar o trauma provocado no olho. Chama-se facoemulsificação a frio.

A doença se caracteriza pela opacificação do cristalino, a lente natural do olho. Com isso, a pessoa atingida passa a enxergar embaçado e não consegue detectar as diferenças de contraste e cores. A catarata pode aparecer em recém-nascidos, mas a maioria pertence à faixa etária superior a 60 anos. O Ministério da Saúde estima que 400 mil pessoas tenham catarata no Brasil.

O oftalmologista Luiz Geraldo Simões de Assis, diretor do Instituto de Oftalmologia de Curitiba (IOC), responsável por trazer a nova técnica ao Paraná, comenta que a cirurgia usa um modelo diferenciado de ultra-som. Micropulsos fazem uma incisão de 1,2 milímetro, metade do convencional, criando um menor trauma no olho operado. “Conseguimos diminuir os riscos da cirurgia e obter uma recuperação visual mais rápida”, conclui. O procedimento demora entre 10 e 12 minutos. Consiste em fragmentar o cristalino afetado, aspirar as partículas e introduzir uma outra lente intra-ocular. Todo o procedimento utiliza gotas de colírio como anestesia. O paciente está 90% recuperado já no dia seguinte e, em 48 horas, a reabilitação é total com a facoemulsificação a frio.

De acordo com Assis, a catarata normalmente atinge os dois olhos de forma progressiva. Aos poucos, as pessoas vão se acostumando com as dificuldades na visão. Algumas, porém, já percebem as distorções com mais intensidade. Somente pela aparência não é possível diagnosticar a catarata. Apenas um tipo da doença ocasiona a alteração da cor da pupila, para o branco. “Por isso, nós recomendamos visitas regulares ao oftalmologista”, explica Assis. A nova técnica pode ser aplicada em qualquer pessoa, e os resultados dependem da condição do olho operado.

Trapalhão

Uma das primeiras pessoas que estão sendo submetidas à nova técnica é o humorista Dedé Santana, do extinto grupo “Os Trapalhões”, e que atualmente participa do quadro Comando Maluco, do programa A Praça é Nossa, no SBT. Ele estava, até ontem, com 60% da visão comprometida. “Notava que a minha visão não estava bem, me incomodava muito. Mas pensava que era conseqüência de um acidente que tive durante a gravação de um filme, há muitos anos. Foi aqui que descobri ser catarata”, conta Dedé. O humorista sofreu a intervenção ontem e deve passar por uma nova consulta hoje. Em trinta dias, vai retornar ao oftalmologista para um acompanhamento periódico.

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