Laboratório auxilia planejamento de gastos

O Laboratório de Orçamento Familiar, implantado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) há oito meses, vem ajudando servidores e pessoas da comunidade a colocar em dia suas contas pessoais. Segundo a coordenadora Ana Paula Cherobim, um dos fatores que levam muita gente a entrar no vermelho é a mania de viver além de suas possibilidades. A situação se agrava mais ainda com a facilidade de acesso ao crédito.

O laboratório surgiu da necessidade de ajudar servidores e a comunidade a organizar as próprias contas. Muita gente acaba gastando o que não tem e chega ao ponto de não ter mais nem como pagar as despesas básicas como água e luz. Os problemas vão aumentando e começam a afetar até a saúde. A situação já foi observada dentro da instituição devido ao grande número de faltas ao trabalho por motivos de doença e de pessoas que pediam adiantamento salarial.

Segundo Ana Paula, muitos brasileiros se endividam porque têm o costume de viver além de suas possibilidades, e a facilidade de acesso ao crédito acaba piorando a situação. Tem gente que refinancia o carro quitado e pega o dinheiro para comprar um bem supérfluo. ?Uma coisa é refinanciar para cobrir a casa destelhada em uma tempestade, outra é comprar uma TV de plasma?, exemplifica. Outras pessoas são seduzidas por bens que geram grandes despesas e podem comprometer o orçamento a longo prazo. ?Gastar R$ 300 mil comprando uma casa que tem um condomínio de R$ 1 mil pode não ser uma boa idéia?, fala. Daria para comprar uma casa de menor valor e investir o restante.

Os salários congelados de várias categorias também agravam a situação. Ana Paula explica que existem três níveis para classificar a situação econômica de uma pessoa. O azul é o melhor de todos: nele se encontra quem que tem dinheiro sobrando no fim do mês. O amarelo se refere àquelas que deixaram de viajar em feriados, entre outros mimos, e com muito custo conseguem manter as contas em dia. O vermelho é o pior de todos: o salário só cobre o limite do cheque especial e dá apenas para pagar a parcela mínima do cartão de crédito.

Dicas

Para cada caso valem dicas diferentes. Segundo Ana Paula, quem está no azul deve pegar o dinheiro que sobra e investir. Para isso precisa procurar ajuda profissional. Outra parte deve ser guardada para emergências. Também é preciso ter cuidados com as ilusões financeiras. Uma casa na praia ou casa de alto padrão podem gerar gastos demais, desequilibrando as contas. O amarelo tem que identificar seus principais gastos e tentar economizar em alguns deles para conseguir guardar dinheiro. Anotar os gastos em uma caderneta ajuda bastante na hora de fazer a avaliação. Também deve se manter longe das ilusões financeiras. Quem está no vermelho deve trocar as dívidas mais caras por outras mais baratas. Um exemplo é pedir o adiantamento do Imposto de Renda e quitar uma prestação do cartão de crédito. ?Vai pagar juros de 4% em vez de 9% do cartão de crédito?, explica. Outra boa idéia pode ser penhorar uma jóia da família ou procurar renda extra.

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