Italianos e pracinhas lembram conquista

De amanhã até o próximo dia 17, italianos e alguns ex-pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) lembrarão a tomada de Montese, na Itália, entre os dias 12 e 17 de abril de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 1.500 brasileiros participaram da batalha mas, apesar da importância histórica, o fato é pouco comemorado pelo exército e quase desconhecido da população brasileira.

“Muito se fala da tomada de Monte Castello, também na Itália, mas pouco se sabe sobre a tomada de Montese, que foi um grande ato de bravura dos soldados da FEB”, revela a historiadora Carmem Lúcia Rigoni, que está escrevendo uma dissertação de mestrado sobre o assunto. “Em Montese, muita gente comemora o fato, mas no Brasil nada é feito.”

Segundo Carmem, durante a Segunda Guerra, o Brasil já tinha tirado os alemães de Monte Castello, mas eles ainda estavam instalados na cidade de Montese, um pequeno burgo medieval do século XII localizado em uma região montanhosa. Então, a FEB recebeu do comando aliado a missão de tomar a cidade das mãos dos alemães. “Foi um combate bastante sério e muito ofensivo, que infelizmente é pouco reconhecido”, lamenta. “Os brasileiros obtiveram grande sucesso.”

Entre os pracinhas que participaram da tomada de Montese, um paranaense, da cidade de Rio Negro, se tornou herói na Itália: Max Wolff Filho. Ele era sargento e tinha uma patrulha composta por dezenove homens. Morreu aos 42 anos, fuzilado por uma metralhadora MG 42 logo no dia 12 de abril de 1945. “Na Itália, existe um monumento em homenagem a Max, que é tido como um cidadão italiano e um grande herói. No Paraná, e mesmo na cidade de Rio Negro, poucas pessoas o conhecem”, conta a historiadora. Em Curitiba, Max é nome de rua e de bar no bairro da Água Verde.

No próximo dia 15 de junho, Carmem, ex-pracinhas e familiares devem ir à Itália para participar de várias comemorações sobre a tomada de Montese. Todos vão fazer a viagem com recursos próprios e têm como objetivo fazer com que o fato seja mais reconhecido pelo exército e pela população brasileira.

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