Instituto de Criminalística um dos mais modernos

O investimento de R$ 1,8 milhão feito pelo Governo do Estado em novos equipamentos coloca o Instituto de Criminalística (IC) do Paraná como um dos mais modernos do país. Exames que antes tinham que ser realizados em equipamentos obsoletos, ou mesmo em outros Estados, agora são feitos na sede do instituto, em Curitiba.

É o caso da análise de calibres de armas de fogo, feita com um equipamento chamado comparador balístico. O exame, que até o mês passado era realizado em máquinas de 1973, agora é executado com um novo aparelho computadorizado, em Curitiba e Londrina. São realizados cerca de 300 exames por mês.

O IC também está recebendo novos equipamentos para o laboratório de química. Os aparelhos, que servirão para a análise de resíduos provenientes de armas de fogo, podem identificar até 42 tipos diferentes de metais. Além de realizar análises em produtos tóxicos e orgânicos, os equipamentos conseguem examinar também restos de incêndios.

O Paraná será um dos poucos Estados brasileiros a utilizar a identificação de resíduos de metais para solucionar crimes. “A técnica que vem sendo desenvolvida agora é a mesma usada pelo FBI. Vamos eliminar possibilidades e direcionar a investigação”, afirmou o diretor do Instituto, José Lourenço Bueno. Os setores responsáveis pelos exames de impressão digital e grafias também ganharam novas máquinas para realizar exames com maior precisão.

Em abril, o IC ganhou novo laboratório para realizar exames de DNA para a área criminal e de confirmação de paternidade. A unidade ajuda nas investigações da polícia, com a identificação de criminosos.

É possível analisar provas encontradas no local do crime como fios de cabelo, sangue, esperma ou pedaços de unha e fazer o reconhecimento de ossadas. Foram investidos no Laboratório de Genética Forense R$ 922 mil. Anteriormente, os exames de DNA do Instituto eram realizados em um laboratório particular de Curitiba.

Hipnose

A Hipnose Forense, técnica inédita no País e ainda pouco usada no mundo, vem sendo utilizada pelo IC como um importante instrumento de auxílio na solução de diversos casos, especialmente para a elaboração de retrato falado. Apesar de não ser caracterizada como prova, a técnica da hipnose já ajudou a desvendar casos de seqüestro, assaltos e estupros. Segundo o terapeuta de hipnose Ruy Fernando Cruz Sampaio, o método garante um acerto de 90%.

Há cerca de um ano e meio, ao fazer a regressão hipnótica de um rapaz, descobriu-se que ele havia sido seqüestrado há 14 anos por um grupo de ciganos e que sua família estava residindo no interior da Bahia. Sampaio alerta que essa técnica só deve ser utilizada, com o consentimento de testemunhas ou vítimas que presenciaram ou sofreram algum trauma. “Utilizar essa técnica em criminosos, além de ser antiético, é um tanto perigoso, já que a pessoa se encontra consciente. Dessa forma, pode-se facilmente criar situações favoráveis”, afirmou.

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