Insegurança nas barbas da polícia no Sítio Cercado

O prédio do 10º Distrito de Polícia Civil, localizado na Rua dos Pioneiros, no Sítio Cercado, não garante que os moradores e comerciantes da região se sintam seguros. Cada um tem uma história de violência para contar, mas poucos têm coragem de dizer seu nome, pois é comum reencontrar os assaltantes pela rua dias após o crime.

“Eles me expulsaram daqui. Tive que ir embora porque estava trabalhando só pros ladrões”, conta o aposentado Joel Tomen, 58. Ele se mudou para o bairro há mais de 20 anos, mas há quatro trocou o bairro pelo litoral do Estado com sua família, depois de ser assaltado diversas vezes em sua loja de autopeças. “Eles roubam na cara dura. Virou as costas e eles já estão roubando”, lamenta. Para ele, a situação piorou depois que o módulo da Polícia Militar ao lado do terminal dê ônibus foi desativado, o que deixa o atendimento ainda mais demorado. “Já cheguei do litoral até aqui antes da polícia”, lembra.

Os bandidos não têm horário para agir e, além disso, os comerciantes contam que a maioria dos assaltantes são jovens. “Há alguns meses tinha acabado de chegar ao trabalho e saí para falar com a vizinha. Foi o tempo pra um rapaz entrar no escritório e levar minha bolsa”, lembra uma mulher que não quis se identificar. Sua amiga também tem medo e não diz seu nome porque sempre encontra o assaltante na rua. Ela ainda faz um alerta: “Se segure se sair de noite porque também tem cara morto a machadada e martelada. Está cada vez pior”, aconselha.