Inexperiência é o grande inimigo no vestibular

Hoje é o dia D para quem estudou o ano todo e, agora, vai provar seus conhecimentos tentando uma vaga na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nesta primeira fase do vestibular, são aguardados 43.449 candidatos de olho em uma das 4.099 vagas oferecidas pela universidade em seus 49 cursos de graduação, além de outros 3.263 disputando uma vaga na Escola Técnica. Números à parte, é por um futuro promissor que esses alunos vêm se empenhando há um ou mais anos, mesmo às vésperas das provas – o que ficou claro, ontem, com a lotação dos aulões promovidos em alguns cursinhos de Curitiba. Mas quem entende do assunto avisa: na hora do concurso, o que vale é atenção e tranqüilidade.

Na última revisão para as provas, o que os alunos esperam é descarregar a ansiedade e relembrar as últimas dicas. Letícia Zella, 17 anos, é uma das candidatas ao curso de Farmácia que assistia ao aulão do Expoente, ontem. A concorrência de nove estudantes por vaga assusta, ela admite, mas não o suficiente para desconcentrar: ?A gente fica meio apreensiva, mas a tranqüilidade é fundamental, porque não tem como fazer a prova nervosa, pode dar branco. O que vale é que, se você estudou, vai saber resolver as questões?, indica. A colega Fernanda Perine, que também faz o primeiro vestibular para valer, acredita que estar junto com os colegas é fundamental para aliviar a ansiedade. ?O aulão vale para descontrair, tirar o nervosismo e relembrar algumas coisas. E é como se fosse uma despedida também?, acredita a estudante, que disputa uma vaga em Ciências Econômicas.

Já o veterano Marcos Martins, 27 anos, desistiu do curso de Física para, agora, prestar vestibular para Direito – o quarto curso mais concorrido, atrás apenas de Medicina, Publicidade e Propaganda e Jornalismo. ?A diferença é que agora é mais difícil a preparação, a gente tem de trabalhar e se virar com o pouco tempo que sobra para estudar. Hoje, a cobrança também é diferente porque quero para agora, não tenho mais tempo a perder, mas, ao mesmo tempo, já superei aquela dificuldade de fazer o vestibular, porque já sei como é aquela ansiedade por que os mais novos passam?, cita.

Ao lado dele ou dos novatos estão os professores, que trabalham para que todos consigam se dar bem nas provas. André Marcos de Paula e Silva, que dava a última relembrada no conteúdo de História durante o aulão de ontem, recorda que, além de estudar neste momento, vale dar uma trégua à cabeça. ?A recomendação que a gente dá é que descansem bem, refresquem a mente, evitem excessos, como comida pesada. O negócio agora é tranqüilidade.? Quanto ao conteúdo, vale a dica do professor para quem vai fazer prova hoje à tarde: ?Em História do Brasil, fiquem ligados na era Vargas?.

Paulo Lee, professor de Física, também dá recomendações aos vestibulandos. ?Vale a pena dar aquela olhadinha final em plano inclinado com atrito e exercícios envolvendo dinâmica do movimento circular uniforme. Outro aspecto é quanto a colisão de veículos (tipos de choque) e, para termologia, o quente é lembrar das transformações da termodinâmica.? Segundo ele, a matéria é importante critério de desempate em cursos muito concorridos e tem se tornado mais acessível nos últimos concursos. ?Tem caído muitas questões concentuais, daquelas que, se a pessoa prestou atenção em sala de aula e viu as dicas básicas, tem boas chance de acertar.? No mais, basta descarregar a ansiedade e estar seguro de que o conhecimento já foi assimilado ao longo do ano.

Na hora da prova, vale evitar contratempos

Prevenir pode ser decisivo para contornar situações que, em um concurso vestibular, são irremediáveis. Por isso, valem algumas dicas para evitar contratempos. A primeira recomendação feita pela coordenadora do processo seletivo da UFPR, Maria Cleusa Henklein, é que ninguém esqueça de retirar o comprovante de ensalamento disponível no site do núcleo de concursos, o www.nc.ufpr.br. ?Lá consta o local de prova com endereço, horário, turma e o documento que tem de levar?, informa.

Não que a falta do comprovante inviabilize a prova, já que é possível localizar o aluno no sistema, mas, se houver confusão quanto a um dos vinte locais de prova, o deslocamento pode ser comprometido pela falta de tempo. ?Ainda acontece muito de as pessoas confundirem, por exemplo, o campus do Botânico com o Centro Politécnico. E apesar de estarem próximos, não é mão para ir de carro entre um e outro?, alerta.

Outra recomendação é sair de casa com bastante antecedência. ?Perto da hora da prova, o trânsito fica bem movimentado e geralmente há congestionamento nas proximidades da PUC ou do Centro Politécnico, que no momento tem ruas nas proximidades em obras, o que piora a situação.? Para quem vai de ônibus, vale lembrar que a partir das 11h a Urbs reforçará o efetivo. Não esquecer que recolher os celulares, agendas eletrônicas e relógios nos saquinhos plásticos distribuídos nos locais de prova também é fundamental. ?É freqüente também muita gente esquecer o telefone no bolso. Se tocar no meio da prova, não tem jeito: é preciso cumprir as normas do concurso.? Neste caso, a pena é a desclassificação.

Fora isso, manter a calma na medida do possível é essencial, até porque ela será necessária, por exemplo, na hora de preencher o gabarito. ?Com o nervosismo, muitos candidatos acabam se distraindo. Não adianta se preparar o ano todo, resolver as questões e, na hora de passá-las para o gabarito, errar?, diz a coordenadora, citando outro caso corriqueiro nos vestibulares. E se o calor continuar, não pode faltar água. ?Mas tem de ser em garrafa transparente?, alerta Maria Cleusa.

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