Inauguração traduz integração de culturas em Londrina

Colorida pelos tons que compõem as bandeiras do Brasil e do Japão, a cerimônia de inauguração da Praça do Centenário da Imigração Japonesa ?Tomi Nakagawa?, em Londrina, foi uma fiel tradução da integração entre os dois países. Entre as mais de cinco mil pessoas que foram até o local, imigrantes e descendentes de japoneses esperavam ansiosos pelo príncipe lado a lado com muitos rostos ocidentais. Antes da cerimônia oficial, uma programação intensa atraiu o público com a presença do grupo Shamidaiko, de taiko (tambor japonês), grupos de dança tradicionais, além da Banda Municipal de Londrina.

Leda Morekawa veio acompanhar a inauguração da praça juntamente com a mãe Kimiko. Ela conta que tem uma relação afetiva com o local, pois na sua infância brincava ali com os outros quatro irmãos. ?Meu pai era dono do Hotel Cravinho, que ficava aqui nesta região?, relembra Leda, ?este local faz parte da minha vida e fico orgulhosa porque aqui toda a nossa tradição está sendo preservada?.

A família de Emília Kobayashi veio de Alvorada do Sul, a 70 quilômetros de Londrina, para prestigiar as comemorações do Imin 100. Além do marido e dos filhos, Emília estava acompanhada da mãe e de seus sogros. Para ela, a cidade foi privilegiada com a visita do Príncipe Nahurito. Na opinião de Emília, a construção de uma praça em homenagem ao centenário da imigração é uma forma de ampliar o acesso ao conhecimento sobre a cultura japonesa. ?É um crédito à nossa cultura, à nossa etnia, traz felicidade, além de possibilitar a todas as pessoas conhecerem mais sobre nossa cultura  e a arquitetura japonesa?,  afirmou emocionada.

Emoção também foi o principal sentimento de Yoshime Takahashi, que mora atualmente em Ibiporã, mas instalou-se na década de 30 no noroeste de São Paulo com a família. Ela veio para a comemoração acompanhada de outras três amigas e considerou a praça um ?pedaço do Japão? no centro de Londrina.

A descendente de italianos, Elvira Piccinin Faria, estava com muita expectativa para ver o príncipe Naruhito. Ela conta que acompanhou as comemorações dos 90 anos de imigração quando o imperador Akihito veio para Rolândia. ?Sempre convivi com famílias japonesas, desde quando morava no sítio?, relembra Elvira, ?tomava banho de ofurô e comia comida típica, gosto muito da cultura oriental?.

Para Massami Shiruo, que chegou ao Brasil em 1940, aos quatro anos de idade, juntamente com os pais e outros onze irmãos, a festa era uma forma de agradecer o povo brasileiro que acolheu os imigrantes japoneses. ?Também precisamos agradecer ao príncipe Naruhito, que vem de uma tradição de dois mil anos de imperialismo, por tudo que conquistamos aqui?, ressaltou.

Voltar ao topo