Impasse envolve a reitoria da UFPR

Em andamento há seis dias, a ocupação da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) por um grupo de estudantes pode começar a trazer problemas à instituição. A afirmação é da administração da universidade, para quem a paralisação dos trabalhos da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) pode acarretar no não-cumprimento de uma série de obrigações financeiras e na perda do processo de contratação de mais professores.

Em nota divulgada no blog da ocupação, os estudantes, que querem um plebiscito para decidir a adesão da UFPR ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), afirmaram que o acesso dos funcionários para trabalharem no processo de contratação dos docentes não foi solicitado à comissão de ética do movimento e que tal pedido ?não seria negado?.

Segundo a reitoria, a Proplan tem diversos prazos a serem cumpridos até o final dessa semana. Entre eles, estão a confecção da folha de pagamento de 5,5 mil professores e técnicos-administrativos, o repasse de salários de mil trabalhadores tercerizados e o pagamento bolsas de estudos, além da contração de 180 novos professores. ?Se não fizermos a contratação até sexta-feira, o Ministério (da Educação) repassa essas vagas para outra universidade?, alertou o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior. Ainda segundo ele, os estudantes poderão ser responsabilizados pelos prejuízos ocorridos por conta da falta de pagamento dos compromissos financeiros da universidade.

Ontem pela manhã, um oficial de Justiça foi até a reitoria entregar a liminar de reintegração de posse, expedida na última sexta-feira. No entanto, os ocupantes do prédio se recusaram a receber a intimação, alegando que ela estava no nome de cinco participantes e não do movimento.

Para a estudante de Comunicação Social Naiady Piva, o pedido de reintegração sinaliza a intenção de não manter o diálogo com os estudantes. ?Foi uma fechada de porta, mas nós insistimos no diálogo. Nossa ocupação é um meio de se chegar ao plebiscito?, disse.

Descartada

Para o reitor, a retirada dos estudantes da reitoria com uso de força policial está fora de cogitação. ?Quem tem que cuidar de estudante rebelde é professor. Nosso papel é de sentar e discutir, mas quem não está querendo negociar são eles?, explicou.

Em um encontro realizado no último sábado, representantes da reitoria, da Associação dos Professores da UFPR (APUFPR), Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Sindicato dos Técnicos-administrativos (Sinditest) divulgaram uma ?carta aberta à comunidade universitária?. Por meio dela, foi anunciada a convocação de uma reunião do Conselho Universitário para discutir meios de ampliar o debate sobre o Reuni. ?A gente acredita que sim, teríamos que ser ouvidos neste encontro. Nosso movimento é construído por muitos estudantes. Por aqui circulam diariamente mais de 300?, contestou Naiady.

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