Uma idosa espera há sete dias por uma cirurgia na perna, no Hospital do Trabalhador (HT), em Curitiba. Tereza Sbravatti Beneduzi, de 85 anos, teve uma fratura no fêmur depois de uma queda e ficou dois dias sem comer e nem beber água, na espera da operação que não aconteceu. Nesta quarta-feira (6), uma semana depois do internamento, a cirurgia finalmente iria acontecer, mas os médicos adiaram e a família culpa o próprio hospital.
A queda aconteceu em casa, na quarta-feira passada. Tereza foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao HT, onde ficou quatro dias no corredor esperando por um leito. “No domingo, ela foi encaminhada para um quarto e veio a promessa da cirurgia. Ela ficou um dia sem comer, outro dia sem comer, porque precisava de jejum, e não operaram”, disse Vanessa Stubinski, a neta da idosa.
De acordo com Vanessa, o motivo para não operarem, seria a falta da prótese necessária. “Acontece que outra pessoa passou na frente dela para a mesma cirurgia. Como não tinham a prótese?”.
Nesta quarta-feira (6), depois de todo o tempo esperando, finalmente a cirurgia foi marcada às pressas, mas a família foi surpreendida na hora em que Tereza entrava no centro cirúrgico. “O médico disse que não poderia operá-la, porque estava com complicações no pulmão”, contou a neta.
Segundo a família, Tereza tem problemas no pulmão, mas estava bem. “Essas complicações aconteceram por todo o tempo de espera, ela ficou doente. Minha avó entrou precisando de uma cirurgia na perna e agora está mal de outra coisa”, desabafou Vanessa.
Por conta das complicações, a idosa foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por causa das complicações. Ainda de acordo com a neta, o hospital teria dito inclusive não ter vagas de UTI, o que também estaria adiando a cirurgia. Tereza não tem plano de saúde, depende do Sistema Único de Saúde (SUS) e continua esperando pela operação.
Tereza está com dificuldades para respirar, sente fortes dores e está sofrendo muito na espera. No facebook, Vanessa fez um desabafo dizendo que pelos corredores do HT outras pessoas passam por situações parecidas.
A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que a paciente possui uma doença pulmonar crônica e que, enquanto o quadro de saúde dela não for estabilizado, ela não tem condições de fazer a cirurgia.