Referência nacional

Hospital Evangélico ganhará banco de pele

O Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (HUEC), referência nacional no atendimento a vítimas de queimaduras, está implantando um banco de pele. O espaço, que será o terceiro do gênero no País, está sendo discutido em um congresso na capital paranaense.

De acordo com o coordenador de implantação do banco de pele, José Eduardo Vianna, a parte física deverá estar pronta até o final do ano. “Estamos nos adequando a todas as normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Trabalhamos com a máxima cautela para tudo estar na mais perfeita ordem”, explica.

O médico também fala das outras etapas de instalação. “Para o ano que vem, estaremos buscando os equipamentos, todos importados. Em seguida, vamos buscar o know how necessário para o processamento do órgão e, finalmente, vamos buscar os doadores. Contudo, ainda não temos uma data para que o banco de pele esteja funcionando plenamente.”

Para doar a pele, Vianna diz que há a necessidade de se criar uma campanha para a população entender o funcionamento da doação. “A doação de pele é realizada por doador cadáver, pois a Anvisa não permite doador vivo. Qualquer um está apto a doar esse órgão e a retirada do material não vai causar deformações na pessoa. Depois da retirada, iremos nos certificar para que o órgão seja devidamente tratado para que seu uso não fique comprometido. A pele agüenta até dois anos, desde que ela seja mantida corretamente”, comenta.

Para o especialista em cirurgia plástica e queimados e membro atuante do Corpo Clínico do Hospital Evangélico, Manoel Alberto Prestes, os benefícios do banco de pele serão diversos, pois o tempo de recuperação dos pacientes deverá ser bem mais rápido que o procedimento atual.

“O espaço vai atender às pessoas vítimas de queimaduras de terceiro grau. Nesses casos, o paciente fica com toda a epiderme, derme e hipoderme destruída. É como se fosse uma ferida aberta sem cicatrização. Enquanto hoje o paciente leva de 30 a 50 dias para fazer enxerto de pele, com o banco poderemos levar de 10 a 15 dias. O tempo de recuperação e de permanência do paciente no hospital seria bem menor”, afirma.

Prestes também explica que a pele enxertada não é a definitiva. “A pele recebida pela pessoa ficaria temporariamente, apenas para que o próprio corpo se recupere e tenha capacidade de reconstruir o órgão. Contudo, esse tempo é fundamental para que a pessoa melhore ou mesmo tenha sua vida salva”, encerra.