O promotor de Justiça Murillo Digiácomo explica que os profissionais da educação e da saúde têm o dever de denunciar qualquer suspeita de violência contra crianças. Ele acredita ser essencial que toda a sociedade faça a denúncia sobre casos de maus-tratos e de outras violações de direitos de crianças e adolescentes. Mesmo que haja somente uma suspeita. Isto pode ser feito para conselhos tutelares, polícia e Ministério Público. Outro canal importante é o Disque 100. Pelo telefone, é possível denunciar até mesmo sem ser identificado.
Digiácomo conta que os pais e as pessoas que moram junto com a criança tendem a ser os principais agressores, até mesmo pela proximidade. Os motivos para a violência são variados. No entanto, ainda há uma questão cultural muito forte, a de bater para educar. “Educar através da violência é um equívoco. Quem dá uma palmada pode espancar em um dia de fúria. Deve-se continuar educando, impondo limites, mas sem métodos violentos. É mais fácil dar uma cintada e mandar para o quarto do que sentar, explicar, orientar. O que realmente vai romper o ciclo de violência é o diálogo”, explica.
Punições
De acordo com o promotor, os pais que agridem os próprios filhos podem perder o poder sobre a família, ou seja, podem ser afastados das crianças e perder a guarda delas. Podem ainda sofrer sanções administrativas, além de responder criminalmente pelos atos.