Grevistas de Londrina terão os dias descontados

O Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná derrubou ontem uma liminar que impedia o desconto dos dias parados dos servidores públicos municipais que estão em greve há uma semana em Londrina. No início dos mês, a juíza Cristiane Tereza Wiliy Ferrari, 9.ª Vara Cível de Londrina, emitiu decisão favorável aos servidores quando estes realizaram um dia de paralisação. Em seu despacho, o desembargador do TJ Munir Karam reconheceu "o direito da administração em punir servidores faltosos quando pretendem coagi-la a fazer concessões que podem infringir a Lei da Responsabilidade Fiscal". O prefeito Nedson Micheleti (PT) reafirmou que vai descontar os dias parados.

Pela manhã, os grevistas se concentraram em frente à Prefeitura para realizar uma assembléia. Nela seria analisada uma proposta de reajuste que, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina (Sindserv), fazia parte de um acordo proposto na sexta-feira pela Câmara dos Vereadores, que está intermediando a questão. Segundo Marcelo Urbaneja, presidente do sindicato, a Prefeitura ignorou o encontro. Ninguém foi encontrado na prefeitura para confirmar se houve mesmo tal compromisso.

Um estudo realizado pela Câmara mostra que, baseado no aumento previsto da receita da Prefeitura, caberia um reajuste de 3 a 6%. A Prefeitura alega que não pode apresentar qualquer índice de reajuste salarial pelo fato de não saber como será o comportamento da receita do município. Os funcionários querem um reajuste de 21%.

Paralisações

Apenas oito das 54 unidades de saúde da cidade estão funcionando. Ainda que de maneira precária, utilizando funcionários terceirizados. O alvo dos grevistas agora é a Maternidade Municipal, único hospital do município que mantinha 100% de atendimento. O Sindserv iniciou ontem a distribuição de nova escala e espera que em dois dias a entidade esteja operando em 50%. "Queremos fechar o cerco à administração", afirma Urbaneja. Nas educação, 67 das 77 escolas municipais estão paradas. "Dez ainda estão funcionando, mas seis delas já estão parcialmente paralisadas", conta. Ele espera que todas entrem em greve.

A Prefeitura informou que todas as aulas serão repostas. Além disso, o secretário de Saúde, Silvio Fernandes, encaminhou ofício ao promotor de Justiça solicitando providências para garantir o atendimento de urgência e emergência nas unidades de saúde e nos pronto-atendimentos.

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