Gabinete de prefeito vira alvo de tiros

O clima tenso provocado por disputas políticas não cessa no município de Rio Branco do Sul. Na madrugada de ontem, o gabinete do prefeito Amauri Cezar Johnsson (PPS) foi alvo de sete tiros dados de fora para dentro. Os disparos atingiram o vidro, desviaram para o teto e bateram em uma das portas do gabinete.

?Acredito que o ato tenha sido produto da rebeldia de algum vândalo que não aceita que eu tenha assumido a Prefeitura?, diz Johnsson. O fato é que o atual prefeito assumiu o posto em 28 de março deste ano, após uma briga judicial que terminou na cassação do prefeito Pedro Portes de Barros (PP), sob a denúncia de compra de votos. Nas eleições do ano passado, Johnsson perdeu nas urnas por 186 votos, mas conseguiu assumir o cargo.

?Não acredito que tenha sido alguém diretamente ligado ao ex-prefeito, mas algum simpatizante?, diz. Tão logo soube do ocorrido, Johnsson ligou para o presidente do PPS, Rubens Bueno, para a Secretaria de Estado da Segurança Pública e para a Polícia Militar. ?Conversei diretamente com o major Vendrameto para que se iniciasse uma investigação. Agora vou em busca de seguranças para mim e para a minha família.?

Polêmica

Os tiros coincidiram com o estouro de uma polêmica em torno do transporte público na cidade. Recentemente, Johnsson contratou a empresa Benatur para fazer o transporte escolar na cidade – como muitas escolas foram fechadas na cidade, os estudantes muitas vezes têm que ir até outra cidade para estudar. Anteriormente, o serviço era prestado, segundo informações da Prefeitura, pelas empresas Larazen e Nenetur. ?Com a nova empresa, estamos economizando R$ 72 mil do dinheiro público e a qualidade do transporte melhorou. Basta perguntar às pessoas que o utilizam?, diz.

Entretanto, a Câmara dos Vereadores recebeu uma fita anônima, dando conta que a referida empresa seria ?fantasma? e estaria consumindo R$ 352 mil do dinheiro público. ?Decidimos abrir investigações?, diz o vereador Araslei Cumin. Segundo ele, os vereadores Pedro Proença dos Santos (PP), José Didi Nalífico (PMN), Doglair Luís Nodair (PRT) e Valdemar José Castro (PSDB), da Comissão Permanente de Fiscalização, foram até onde a empresa funcionaria. Chegando no endereço no Bairro Alto, encontraram Adilson Robero Poznik. ?O prefeito disse para nós que o Adilson era o dono da empresa, mas ele disse não conhecer o prefeito e disse que ali a empresa não funcionava. Ele tem um sócio que se chama Flávio, mas não soube contar mais detalhes sobre a empresa. Achamos suspeito.?

A informação passada pelo prefeito para a reportagem dá conta que a empresa Benatur pertence ao empresário Flávio Benato e que funciona na Estrada da Graciosa, 663, em Colombo. O empresário foi procurado para falar sobre a empresa no telefone da sede, mas ninguém atendeu o telefone.

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