Foz deve continuar sendo do Iguaçu

A grafia da cidade de Foz do Iguaçu pode continuar com cedilha mesmo. A troca por Iguassu foi aprovada pela Câmara Municipal em 19 de outubro, mas o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi resolveu fazer uma consulta pública porque sentiu certa rejeição da população a mudança. Até agora, das 2.270 pessoas que votaram, 89,36% afirmaram ser contra a troca. O prefeito vai promover uma semana de debates sobre o assunto e, se o percentual de rejeição persistir, vai vetar o projeto de lei.

A pesquisa começou a ser feita no dia 28 de outubro em universidades e escolas de ensino médio da cidade. Estão votando alunos, professores, funcionários das escolas e pais de alunos e, se depender de quem já deu sua opinião, o nome continua sem alterações. A margem de diferença entre os que são contra a mudança é bem superior aos que são a favor. Das 2.270 pessoas consultadas até agora, apenas 241 aprovam a nova grafia, ou seja 10,64%, e cinco anularam o voto. O restante quer que Foz continue sendo do Iguaçu.

Para o prefeito, a população não entendeu os motivos da mudança. ?Tiveram uma atitude bairrista, acham que a troca significa submissão aos países estrangeiros?, fala. No entanto, ele destaca que a nova grafia seria um resgate histórico – o nome da cidade foi escrito com ?ss? até 1940. A medida, revela o prefeito, mostra também que Foz olha para o futuro já que várias línguas não possuem o cedilha.

O prefeito ainda não desistiu da mudança e, nas próximas semanas, vai promover um debate com estudantes e professores. Mac Donald acha que uma discussão mais aprofundada pode reverter a situação. Também pretende fazer uma pesquisa de opinião com o restante da população. ?Mas se a maioria não aprovar a troca, o projeto vai ser vetado. Não vou comprar briga com o povo?, disse.

As urnas já percorreram as faculdades Uniamérica, União Dinâmica das Faculdades Cataratas (UDC), Faculdade União das Américas, Unifoz e Colégio Caesp. Ontem, as urnas foram instaladas na Universidade Estadual do Oeste (Unioeste). A consulta deve durar mais dez dias. Outros dez estabelecimentos de ensino devem ser ouvidos. A população também tem se manifestado através da internet. Vários sites fizeram pesquisas e entre 70% e 80% dos internautas não querem que o prefeito sancione a lei aprovada pela Câmara Municipal.

Mas, além das pesquisas, um parecer da Procuradoria Geral do Município também pode barrar o novo nome. O órgão está analisando a constitucionalidade da lei e a resposta deve sair esta semana. 

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