Fosfertil contesta manifestação de agricultores em Curitiba

A empresa de fertilizantes Fosfertil contestou a legitimidade da manifestação dos funcionários e agricultores realizada nesta quarta-feira (14). Depois de protestar em frente a sede da empresa, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, cerca de 300 agricultores e funcionários da fábrica estenderam faixas no centro da capital e levaram suas reivindicações até à Assembléia Legislativa do Paraná.

Além de buscar melhores condições de trabalho, os manifestantes questionam os preços dos fertilizantes e criticam a cota mínima de compra do produto. A manifestação pode ser um reflexo da audiência pública sobre um possível oligopólio de fertilizantes, realizada na última semana.

Em nota, a Fosfertil afirma que não tem qualquer influência no preço do produto vendido aos agricultores nacionais. Segundo a empresa, a indústria brasileira de fertilizantes pratica os preços do mercado internacional, pois o Brasil é dependente da importação de fertilizantes. "Atualmente, cerca de 74% de suprimentos de fertilizantes consumidos no país, vêm do exterior", diz a nota.

De acordo com a Fosfertil, o Brasil responde apenas por 2% da produção mundial e apenas 6% do consumo global, portanto "não influencia o preço mundial dos fertilizantes".

A empresa também explica que o atual patamar dos preços dos fertilizantes no mercado internacional se deve, principalmente, ao intenso acréscimo na demanda de países como China e Índia e produção de biocombustíveis, redução da oferta devido ao fechamento de minas de fósforo nos Estados Unidos, inundações e vazamentos em jazidas de potássio e também devido aos aumentos constantes no preço do petróleo e seus subprodutos (utilizados na produção de fertilizantes nitrogenados) além de impactar os fretes, pressionando os custos de toda a cadeia de fertilizantes.

Quanto aos pedidos de melhores condições de trabalho, a Fosfertil afirma que, desde a sua privatização em 1992, investiu cerca de US$ 1 bilhão, entre projetos de expansão, segurança do trabalho, proteção ambiental, continuidade e melhoria operacional de suas unidades em Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná.

A empresa também ressalta que "novos projetos de expansão estão em andamento e em estudo, com estimativa de acréscimo de volumes significativos".

A nota diz que a Fosfertil considera a ação de ontem ilegal e fere os princípios de liberdade individual, pois teria sido realizada sem aviso prévio e sem qualquer ligação com a empresa e com seus funcionários.

A empresa garantiu que deve tomar medidas judiciais para evitar que manifestações. "ações dessa natureza podem colocar em risco a segurança das pessoas e as instalações da empresa, que se sente no direito de tomar medidas judiciais pertinentes e necessárias para proteger seus empregados e o seu patrimônio".

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