Fiscalização reduz contrabando em Foz

A Operação Cataratas, da Receita Federal, iniciou a segunda edição com força total, para reduzir o contrabando. Até agora, foram apreendidos 60 ônibus e cerca de 7 milhões de dólares em mercadoria, e, nos últimos quatro dias, o movimento de sacoleiros em Foz do Iguaçu foi reduzido em 80%. A medida busca acabar com uma atividade ilícita.

Porém quem sobrevive, legalmente, da atividade também perde. ?A parte atingida são os restaurantes e hotéis mais simples que atendem os sacoleiros que vêm a Foz?, afirma o secretário de Indústria e Comércio, Edgar Bueno.

Olira Zelinski, proprietária do Hotel Vila, também está sentindo o impacto. ?Estou aguardando para ver até onde vai. Vender não dá, porque ninguém compra, agora. Não sei se alguém vai fazer alguma coisa, mas os funcionários estão perdendo o emprego?, conta.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz, Wanderley Teixeira, quem deve fazer algo para amenizar essa situação é o governo federal. ?Não estaremos defendendo a ilegalidade. Isso não. Mas essa responsabilidade é do governo federal, que deve criar alternativas de desenvolvimento para inserir essas pessoas no mercado de trabalho?, afirma.

Não-regulares

Existem outros trabalhadores que, mesmo considerados não-regulares, estão sofrendo a queda no movimento dos sacoleiros em Foz. ?Cerca de 15 mil pessoas que moram perto da ponte, que fazem o trabalho de formiguinha atravessando a ponte, ganhando 30, 40 reais por dia. Quando diminui os sacoleiros, eles não têm trabalho e sentem o impacto de perder o ganha-pão?, explica Edgar Bueno. Ele também acredita que o governo federal deva, agora, buscar medidas para atender a essa demanda social.

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial toda essa situação é necessária para Foz do Iguaçu. ?A cidade deve buscar o desenvolvimento sustentável, o que significa mudança no sistema vigente: desenvolvimento da indústria, capacitação?, explica. (Nájia Furlan)

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