Homenagem

Finados deve levar 100 mil pessoas aos cemitérios

A atmosfera tranquila que caracteriza boa parte dos cemitérios deu lugar, nos últimos dias, a cenários de muito trabalho devido à proximidade do Dia de Finados (dia 2).

Familiares, voluntários e profissionais contratados tomaram os espaços para garantir uma apresentação impecável aos túmulos e jazigos. A prefeitura de Curitiba reforça o aviso de que hoje é o último dia para realizar limpeza, manutenção e pequenos reparos nos cemitérios municipais do Água Verde, Santa Cândida, Boqueirão e São Francisco de Paula.

Amanhã, os espaços serão fechados para que equipes da prefeitura possam organizar os preparativos do dia 2. A expectativa é de que mais de 100 mil pessoas passem pelos cemitérios durante o feriado.

A família Fabre Taborda não poupou esforços, ontem, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. Mãe, filha e neto carregaram baldes de água e esfregaram cada parte do local.

“Sempre fazemos isso”, conta a professora Juliana Taborda Marques que trouxe o filho mais velho para aprender a tradição da família. “Ensinei para minha filha e, agora, estamos mostrando para o meu neto como se faz para preservar o local que abriga um pouco de nossa memória”, destaca a matriarca Eliane Fabre Taborda.

“Meu pai José Fabre, que se foi há nove anos, vai gostar da homenagem e de saber que apareceu no jornal”, revela Eliane. Dentre os espaços ocupados por personalidades do Paraná, havia aqueles com indícios de abandono como o do Barão do Cerro Azul.

O local possui até uma placa de agradecimento por graça recebida, mas não conta com cuidados frequentes, a ponto do vaso estar virado para o chão a fim de evitar criadouros de larvas do Aedes aegypti, vetor da dengue.

Outros, por sua vez, contam com equipe de voluntários que se revezam para garantir a beleza do jazigo em todos os dias do ano. O de Maria Bueno ostentava de longe flores novinhas, sobretudo, rosas vermelhas.

A voluntária do dia, Lenira Azevedo, é devota há 20 anos e se dedica ao espaço com esmero. “Já recebi mais de 30 graças dela, é o mínimo que posso fazer”, enumera a voluntária.

Renda extra

Além das floriculturas, o feriado também garante um aumento na renda dos zeladores que trabalham nos cemitérios. Quem não tem tempo para realizar a manutenção, pode contatar um profissional.

É o caso da zeladora Cláudia Ana Grochocki, de 33 anos. Desde os 21 anos ela trabalha em cemitérios com a limpeza de túmulos. É uma rotina árdua que vai das 8h às 17h, mas ela garante gostar e acumula histórias sobre seus companheiros de ofício. “Tem a lenda da menina das flores no vestido, outra da mulher da capa preta, muita gente acredita e eu faço a minha parte cuidando do lugar”.

Voltar ao topo