Fim de ano aumenta acidentes com fogos

Com a chegada do fim do ano aumentam os acidentes com fogos de artifício. Segundo a Associação Brasileira de Cirurgia da Mão (ABCM), uma em cada dez pessoas que mexe com estes artefatos tem membros amputados, principalmente dedos. Além disso, quando o material explode, pode provocar queimaduras, mutilações, lesões nos olhos e surdez. Por isso, a entidade lançou uma campanha para alertar a população sobre o perigo.

Para comemorar a passagem do Ano Novo, muita gente compra os fogos. No entanto, em alguns casos, a festa acaba sendo interrompida devido a imprudência e falta de conhecimento para manipular o artefato. A alegria é substituída pela dor, provocada por queimaduras de 2.º e 3.º graus e até por mutilações e amputações. ?Muitas pessoas compram os fogos, mas dão pouca importância para o alto risco que trazem, podendo causar mutilações irreversíveis?, alerta o presidente da ABCM, Luiz Carlos Angelini.

No Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, o atendimento a esses tipos de lesões aumentam até 80% no Natal e Ano Novo em relação às demais épocas do ano. Segundo o cirurgião plástico do setor de queimados do hospital, Alberto Prestes, as pessoas deveriam deixar a tarefa de soltar fogos para profissionais. Em 2005, do dia 23 de dezembro até o primeiro dia de 2006, o hospital atendeu 30 pacientes – a maioria adultos – na emergência com queimaduras provocadas por fogos de artifício.

Segundo dados da ABCM, cerca de 70% dos acidentes resultam em queimaduras, sendo boa parte de 2.º grau, aquelas que formam bolhas. Algumas vezes as bolhas demoram até 48 horas para aparecer, por isso, a orientação é para procurar logo atendimento. Prestes também condena a automedicação e os remédios ?caseiros? como o creme dental, álcool, vinagre, entre outros produtos, que infectam a região atingida. A falta de atendimento médico e o uso destas substâncias podem agravar ainda mais a situação. As lesões de 2.º grau podem evoluir para de 3.º. Nesses casos, necessitam de cirurgias e enxertos. Como a maioria dos acidentes são nas mãos, há ainda o risco de afetar os movimentos, comprometendo até a atividade profissional.

Já as amputações e as mutilações representam 10% dos casos e as lesões com lacerações e cortes, 20%. Há ainda casos de surdez devido ao barulho da explosão e perda da visão quando o olho é atingido por estilhaços.

O tenente do Corpo de Bombeiros, Leonardo Mendes dos Santos, diz que a corporação sempre registra casos. Ano passado foram atendidas seis pessoas em Curitiba. Ele explica que muitas vezes o acidente está ligado a ingestão de álcool. As pessoas perdem a noção do perigo, confundem-se na hora de manusear os fogos e não lêem as instruções do fabricante.

Para prevenir acidentes, ele recomenda que se evite brincadeiras como direcionar o artefato para outras pessoas, por exemplo. Outra recomendação é comprar os materiais em lojas que tenham licença do Corpo de Bombeiros e da Delegacia de Armas e Munições para funcionar. São a garantia de que o material comprado é de qualidade e não oferece riscos. Grandes baterias de fogos também devem ser disparadas por profissionais. O material precisa ficar bem preso, caso contrário, durante as primeiras explosões pode virar e atingir o público.

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