Universidade

Estudantes da UEM paralisam as aulas em Cidade Gaúcha

Os estudantes do curso de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Maringá (UEM) cruzaram os braços e não estão freqüentando as aulas desde o dia 15 do mês passado.

Eles reclamam da falta de estrutura no campus onde estudam, localizado no município de Cidade Gaúcha, noroeste do Estado. Ontem, tiveram um encontro com o vice-reitor, Mário de Azevedo, e hoje avaliam em assembléia se retomam as aulas.

O coordenador-geral do Centro Acadêmico do campus, Emmanuel Ribeiro do Valle Filho, explica que o curso abriu as portas em 2002 e havia a promessa de que a infra-estrutura seria implementada à medida que as turmas fossem avançando. Mas, segundo ele, isso não ocorreu. Os alunos ainda não contariam com um laboratório específico para a área.

Outra promessa que, de acordo com o estudante, não foi cumprida, é a contratação de professores. A instituição deveria ter hoje 36 professores efetivos, mas conta com apenas seis. Os demais teriam contrato temporário.

Valle Filho diz que, ano passado, os estudantes fizeram acordos com a universidade, mas, como não foram cumpridos, resolveram paralisar as atividades. Ontem, viajaram para Maringá e montaram barracas em frente à Reitoria. Durante a tarde, foram recebidos pelo vice-reitor.

Segundo a assessoria de imprensa da UEM, o atual diretor do campus, Oélcio José Stipp, foi exonerado e uma comissão foi formada para discutir o processo de escolha de quem ocupará o cargo. Além disso, outra comissão começa a fazer um levantamento sobre a situação do curso, com a finalidade de apontar as melhorias necessárias. Uma das possibilidades é transferir a Engenharia Agrícola para Maringá. “Em Cidade Gaúcha não temos nem refeitório”, reclama Emmanuel do Valle Filho.

Os estudantes também querem saber quanto está sendo investido no curso. Segundo a assessoria da UEM, este ano foram R$ 537 mil, aplicados na construção de salas de aula e da administração. Mas um balanço completo será entregue hoje aos alunos. Mesmo assim, os estudantes pretendem pedir ao Ministério Público um levantamento sobre a aplicação das verbas.