Estivadores voltam ao trabalho em Paranaguá

Depois da audiência de conciliação promovida anteontem em Curitiba pela juíza do Trabalho, Rosalie Batista, os estivadores e arrumadores do Porto de Paranaguá voltaram ao trabalho na madrugada de ontem. Apesar de a reunião não ter chegado a resultados concretos – uma vez que faltou a presença de representantes do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo) do porto para deliberar sobre como será articulado o novo esquema de chamada eletrônica -, serviu para que os trabalhadores se mobilizassem pela volta ao trabalho, como determinou a juíza em liminar na última semana.

Depois da reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região, representantes dos sindicatos dos estivadores e arrumadores não garantiam que a categoria voltaria ao trabalho até a próxima reunião com a juíza, marcada para amanhã. Mas em assembléia na noite de sexta-feira, eles optaram pelo retorno imediato – e bateram o ponto, já usando o novo sistema eletrônico, durante a madrugada de ontem. "Deu confusão porque o pessoal não sabe lidar com o cartão. Houve mudança de costumes e isso gera resistência", contou Arivaldo Barbosa José, presidente do Sindicato dos Estivadores. Apesar do atraso de cerca de uma hora na distribuição das funções, de lá para cá os trabalhos funcionaram normalmente.

A audiência no TRT não chegou a um resultado concreto.

Para Arivaldo, no entanto, ainda há erros a serem arrumados na polêmica chamada eletrônica – o principal deles, aponta, é a distribuição de funções por sorteio, sem possibilidade que os trabalhadores escolham os trabalhos. "Os trabalhadores querem trabalhar e não se opõem à modernização. O que a gente se opõe é que as funções não possam ser escolhidas. Para trabalhar em navio tem de ser especialista. Operar o guincho, por exemplo, exige a presença de um guincheiro; as máquinas, dos maquinistas". Segundo o sindicalista, na volta ao trabalho mais uma vez nem todo mundo saiu contente com a função sorteada, fato que ele considera "equívocos a serem levados para a juíza".

O Sindicato dos Operadores Portuários (Sindop) afirma que o sorteio eletrônico permitirá melhor distribuição das funções no porto e, assim, equiparará os ganhos entre as diversas categorias. Ainda segundo o sindicato, atrasos já eram esperados para a implantação da chamada eletrônica e os mesmos não prejudicam o andamento dos trabalhos no porto.

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