Escritora participa de sessão de autógrafos

A escritora Adriana Gumz participa hoje, a partir das 10h, na Biblioteca Pública do Paraná, de uma sessão de autógrafos. Ela vai estar apresentando 12 dos 27 livros que já editou. Mas apesar dessa agenda parecer normal na rotina de uma escritora, para Adriana isso é mais uma forma de divulgar seu trabalho e servir de exemplo de superação. A jovem tem paralisia cerebral, que a impede de movimentos voluntários dos braços e pernas. Mesmo assim, foi alfabetizada e consegue se comunicar através de equipamentos desenvolvidos pela família.

Quando Adriana nasceu, os médicos lhe deram apenas algumas horas de vida, mas sua mãe e avô não aceitaram esse diagnóstico e procuraram alternativas para mudar essa realidade. ?Foi uma beleza ver o progresso dela e hoje estamos muito orgulhosos, pois desafiamos até os médicos?, diz Raimundo Gumz, que aos 70 anos foi aprender informática para desenvolver mecanismos para se comunicar com a neta.

A mãe, Lizete Gumz, conta que quando a filha nasceu percebeu que ela não tinha problemas de visão ou audição, e gostava muito de ouvir histórias. Então, aos quatro anos, Adriana foi alfabetizada através de códigos. Com o passar do tempo, Raimundo foi desenvolvendo equipamentos através dos quais a neta poderia reconhecer as letras e números, e assim, se comunicar.

Primeiro foram letras que ela apontava formando as palavras, depois ele criou um teclado com números através dos quais era possível fazer combinações e digitar palavras. Hoje, Adriana escreve no computador que é acionado com um leve toque da cabeça. O equipamento também lhe deu autonomia, pois ela consegue acessar a internet, ouvir músicas e até trocar os canais da televisão.

Exemplo

A vontade de viver e aprender de Adriana é a maior prova de superação, e serve de exemplo para mostrar que as pessoas com necessidades especiais precisam descobrir possibilidades para se desenvolver. Lizete conta que os livros surgiram depois que Adriana lhe deu um sinal. ?Era Dia das Mães e ela montou a frase: mãe, não sei andar, não sei falar, mas sei te amar. Depois disso percebi que ela tinha muita capacidade?, falou.

As primeiras obras foram duplicadas em fotocópias, com a ajuda de amigos. Mais tarde foram surgindo outros parceiros e hoje a pequena venda das edições serve para custear novas produções.

O sonho de Lizete e de Adriana é que esse trabalho seja reconhecido e ela possa levar a vivência para todo o Brasil. ?Queremos mostrar que as pessoas com limites não são incapazes?, disse Lizete. Hoje, Adriana recebe correspondências do País inteiro – são cerca de 23 mil cartas. 

Voltar ao topo