Escola Técnica da UFPR divulga lista de aprovados

Foi divulgado ontem o resultado do processo seletivo da Escola Técnica (ET) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como no vestibular para os cursos de graduação, o sistema de cotas também foi implantado. Das 108 vagas destinadas para afrodescendentes, 91 foram preenchidas. O mesmo número foi oferecido para estudantes oriundos de escolas públicas e todas as vagas foram ocupadas. A lista dos aprovados está disponível no site www.nc.ufpr.br. As matrículas devem ser feitas no dia 3 de fevereiro. Já o resultado do vestibular dos cursos de graduação deve sair até o dia 21 de janeiro.

O reitor da UFPR, Carlos Moreira Júnior, avaliou o resultado da Escola Técnica como positivo e espera que o mesmo ocorra nos cursos de graduação. No total, 4.192 candidatos concorreram às 540 vagas ofertadas pela ET. Destas, 20% eram destinadas para afro-descendentes e 20% para alunos oriundos de escolas públicas. Nem todas as vagas destinadas para negros foram preenchidas e as que sobraram foram colocadas à disposição da concorrência geral. Mesmo assim, para o reitor, o resultado do sistema de cotas foi satisfatório. Ele explica que antes não deveria haver 10% de afro-descendentes na ET e agora o índice vai ficar perto de 20%. Já quanto à situação dos alunos das escolas públicas, não houve muita alteração, uma vez que eles já ocupavam mais de 20% do número de vagas oferecidas.

A disputa por uma vaga na Escola Técnica se assemelha ou supera à concorrência em alguns cursos de graduação da instituição. O mais procurado foi o de informática, que é integrado ao Ensino Médio. Foram 25 candidatos por vaga. Já no curso superior de Terapia Ocupacional, foram 18 por vaga. Segundo o diretor da ET, Alípio Leal, isso acontece devido à facilidade que os alunos têm para entrar no mercado de trabalho. "Não vencemos mandar alunos para os pedidos de estagiários que recebemos", fala.

"Hoje é mais fácil um técnico arranjar trabalho do que um matemático", compara o reitor. Por isso, há muitos alunos com curso superior completo que procuram a instituição. Como não conseguiram entrar na sua área de formação, estão buscando novas oportunidades. Entre os cursos mais procurados por eles estão: administração, massoterapia e transações imobiliárias.

A instituição oferta 25 cursos, mas só 13 ofereceram vagas. Os demais não entraram no concurso porque são realizados através de convênios com prefeituras, ONGs e outra entidades. Entre os cursos oferecidos, três são de nível médio e os demais de pós-médio.

Matrícula

Os candidatos devem ficar atentos à matrícula que vai ocorrer apenas no dia 3 de fevereiro, na sede da própria ET. Os documentos necessários são: fotocópias autenticadas da certidão de nascimento ou casamento e da cédula de identidade; uma foto 3×4 colorida e datada de 2003 ou 2004. Quem não cumprir todas as exigências perde o direito à vaga. Para colaborar com o trote solidário implantado pela UFPR, o candidato pode levar um quilo de arroz, trigo ou açúcar na hora da matrícula.

TRF mantém cotas na UEL

O desembargador federal Valdemar Capeletti, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, negou o recurso interposto pelo Ministério Público Federal (MPF), possibilitando, dessa forma, que a Universidade Estadual de Londrina (UEL) mantenha por enquanto o sistema de reserva de cotas para estudantes de escolas públicas e para negros. A decisão foi publicada ontem no Diário de Justiça da União (DJU).

O MPF ajuizou uma ação em setembro de 2004 pedindo a anulação da resolução que institui o sistema de cotas, alegando que tal procedimento é inconstitucional. "Deve ser observada a absoluta igualdade de condições entre todos os candidatos inscritos no Concurso Vestibular 2005, independentemente da natureza da formação escolar ou da cor da pele dos mesmos", declarou o MPF, que também solicitou o reconhecimento da isenção da taxa de inscrição no concurso vestibular para todos ou, pelo menos, para os provenientes de escolas públicas.

A 1.ª Vara Federal de Londrina (PR) extinguiu a ação sem julgamento do mérito, considerando que a decisão cabe à Justiça Estadual, por ser a UEL um ente estadual. O MPF recorreu da decisão, mas teve o recurso negado em primeira instância. Interpôs então um agravo de instrumento no TRF, pedindo que fosse suspensa a resolução através de uma liminar, até que fosse julgado o processo das cotas, ainda que pela Justiça Estadual. Capeletti, entretanto, manteve as cotas implantadas pela UEL até o julgamento final da questão.

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