Escola de Piraquara volta a ser atacada por vândalos

A violência está se tornando algo comum em algumas escolas de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com professores e pais de alunos, a situação é reflexo da falta de segurança nas ruas da cidade, principalmente na periferia. O último caso aconteceu no sábado passado, quando vândalos arrombaram o Colégio Estadual Professora Rosilda de Souza Oliveira, no bairro Guarituba.

Eles destruíram a sala dos professores, a cozinha, a biblioteca e a sala da supervisão da escola. Os criminosos estragaram o material didático estocado no colégio e espalharam comida e utensílios (copos e pratos) da merenda escolar no chão. Além disso, danificaram o livro de registros de ocorrências internas. As atividades de 900 alunos foram suspensas ontem para que funcionários, pais e professores limpassem a bagunça.

Segundo o diretor do colégio, Sérgio Roberto Antunes, desde 28 de novembro do ano passado, já aconteceram dez ocorrências. Em algumas delas, computadores e outros objetos da escola foram roubados. Desta vez, os vândalos arrombaram o prédio, mas não levaram nada.

Para ele, o problema está relacionado com a constante falta de segurança no bairro. “A escola está localizada em uma das áreas mais turbulentas da Região Metropolitana. O que acontece aqui é reflexo do bairro”, comenta Antunes. Na tentativa de acabar com os crimes, um vigia e um cão de guarda faziam a proteção do colégio, mas os incidentes continuaram. O diretor solicitou ao governo estadual a contratação de um caseiro, a instalação de um módulo policial e a autorização para que mais cães de guarda fiquem à noite no colégio. Antunes conta que, em janeiro deste ano, já havia pedido verbas para a colocação de grades e alarmes. “É mais do que uma maratona atrás das autoridades”, avalia Antunes. De acordo com ele, uma assembléia será realizada amanhã para decidir se haverá revistas periódicas nos alunos. “Nós queremos conversar com os pais e ver se aceitam a proposta, que é muito delicada quanto às meninas”, conta o diretor.

Suspeitos

A direção da escola tem alguns suspeitos do arrombamento. Seriam 14 alunos do próprio colégio que foram encaminhados, na semana passada, para o Conselho Tutelar após serem pegos fumando maconha no banheiro. Os professores também não descartam a possibilidade de gangues de jovens, relacionadas com o tráfico de drogas, terem cometido o crime.

Além dos arrombamentos, os professores temem ações criminosas durante as aulas. “Nós temos medo que alguma coisa aconteça conosco e com os próprios alunos”, afirma a professora Maria Christina Dias. “Sempre foi difícil trabalhar aqui e a gente se arrisca, principalmente à noite”, comenta o diretor Antunes. “Queremos o mínimo de segurança para trabalhar”, opina Rosimeire de Oliveira Hey, professora do colégio.

A supervisora da escola, Arilza da Silva Cidral, conta que são comuns as ameaças dirigidas aos professores. “Na sexta-feira passada, eu pedi para os alunos entrarem na sala. Uma menina não gostou e fui avisada por outros funcionários que ela queria me pegar no ponto do ônibus”, diz. “Um outro professor me deu carona e me deixou bem longe dali”.

De acordo com os docentes, a brutalidade é a forma com que os problemas são resolvidos entre os alunos. “A comunidade precisa criar consciência de que a maior prejudicada com isso tudo é ela mesma”, avalia Rosimeire.

A Secretaria de Estado da Educação foi procurada pela reportagem de O Estado para saber o que poderia ser feito para melhorar a segurança na escola, mas nenhum responsável foi encontrado para falar sobre o assunto.

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