O espetáculo da Paixão de Jesus Cristo encenado pelo grupo Lanteri está completando 30 anos. No início, eram 45 atores e agora são cerca de 1,2 mil. As primeiras apresentações aconteciam nas ruas do bairro Uberaba, em Curitiba. Hoje o espetáculo tem ares de grande produção e é realizado na Pedreira Paulo Leminski. Cerca de 20 mil pessoas se reúnem para ver uma das histórias mais conhecidas do mundo. No entanto, todo ano a emoção se renova.
Um dos diretores e fundadores do grupo, Júlio César Miranda do Rosário, diz que nesses 30 anos muita coisa mudou. No início os atores e técnicos eram os amigos, primos e vizinhos. Mas com o tempo, veio a necessidade de profissionalizar as apresentações, como a montagem do cenário. Foram feitas pesquisas para definir os figurinos e um estudo de iluminação para a pedreira.
Tudo isso custa dinheiro. Ao todo são gastos em cada espetáculo cerca de R$ 160 mil. Parte desse montante, R$ 85 mil, são provenientes da Fundação Cultural de Curitiba, mas o grupo precisa correr atrás do restante. São feitas parcerias e algumas empresas fazem doações.
As atenções do grupo Lanteri para a apresentação da Paixão se intensificam com o início da quaresma. Eles reúnem os 1.200 atores num colégio de Curitiba para os primeiros ensaios. Cada cena é repassada separadamente por cada grupo, sendo feito apenas três ensaios gerais até o dia da apresentação. Os cenários geralmente começam a ser montados com duas semanas de antecedência. Ao todo são sete palcos, onde se passam as 38 cenas.
Apesar de algumas coisas no espetáculo terem se profissionalizado, os atores continuam sendo amadores. Porém, a emoção do público não percebe nenhuma diferença. ?A cada ano as dificuldades parecem que aumentam, mas quando a gente vê o espetáculo, que tudo deu certo, a emoção do público, vê que valeu a pena. A peça acaba e as pessoas não querem ir embora, querem falar e tocar os atores?, falou Júlio.
O espetáculo será amanhã, às 19h. Os portões serão abertos às 15h e a entrada é um quilo de alimento não perecível.