Empresas não cumprem lei de cotas

A preocupação com a inclusão de pessoas portadoras de deficiências gera uma série de benefícios às empresas. Porém, ainda é grande o número de organizações que recebem ou estão em vias de receber multas altíssimas em função do não-cumprimento da lei de cotas (que exige que empresas com mais de cem funcionários destinem entre 2% e 5% de suas vagas a pessoas portadoras de necessidades especiais). A cada posto de trabalho não ocupado em conformidade com a lei, um empregador que mantenha cem trabalhadores deve pagar multa diária de R$ 5 mil.

O assunto foi discutido ontem, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência Física, em evento promovido pela Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unileho), em Curitiba. Segundo a instituição, o Brasil possui cerca de 22 milhões de pessoas com deficiências físicas, mentais, auditivas e visuais. No Paraná, a estimativa é de que sejam aproximadamente 400 mil. Dessas, ainda são poucas as que estão inseridas no mercado de trabalho. ?São duas as principais causas dessa realidade: a falta de capacitação dos deficientes e o preconceito ainda existente dentro das empresas. No que diz respeito à capacitação, a maior parte dos portadores de necessidades especiais sofreu uma série de exclusões no decorrer da vida e não teve a oportunidade de estudar, muitas vezes também não apresentando comportamento corporativo. Em relação às empresas, muitas ainda não têm a cultura da inclusão, da cooperação e da promoção da capacitação?, comenta o presidente da Unileho, Eduardo Almeida.

Grande parte das empresas também não tem noção dos benefícios que a contratação de pessoas portadoras de necessidades especiais pode trazer. No ambiente interno da organização, a presença de alguém com deficiência pode ser um estímulo à respeitabilidade, cooperação e flexibilidade entre os funcionários. ?No ambiente externo, uma empresa preocupada com a inclusão social tem muito mais credibilidade frente aos consumidores. Várias pesquisas comprovam que as pessoas preferem comprar produtos de empresas socialmente corretas?, diz o superintendente do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV), Norman de Paula Arruda Filho. 

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