Dom Pedro Fedalto começa despedida como arcebispo

A Catedral Basílica de Curitiba ficou pequena ontem para o número de fiéis que queriam participar da missa de Corpus Christi. Quem não conseguiu entrar, acompanhou a celebração do lado de fora, mesmo debaixo de chuva. A missa é uma das últimas realizadas por dom Pedro Fedalto, que durante 34 anos foi arcebispo de Curitiba. O cargo será ocupado por dom Moacyr Vitti.

Dom Pedro lembrou aos fiéis que ontem era o dia de comemorar o mistério da Eucaristia, quando o pão e o vinho tornam-se o corpo e sangue de Jesus Cristo, servindo de alimento para o espírito. Essa foi umas das últimas missas celebradas por dom Pedro como arcebispo de Curitiba. Embora ele já seja chamado de administrador apostólico, na prática continua com a mesma função até a transferência do cargo. A missa de despedida de dom Pedro está marcada para o dia 15 deste mês, na Catedral Basílica. O novo arcebispo assume o posto no dia 18. Fedalto passará a ser arcebispo emérito.

A missa de Corpus Christi era para ser realizada em um palco do lado de fora da igreja, mas a chuva não deu trégua e a celebração foi transferida para o interior. Em frente a catedral formou-se um jardim colorido de guarda-chuvas e sombrinhas. As marquises e pontos de ônibus que margeiam a praça também foram usados pelos fiéis para se protegerem da chuva.

Romana Zabloski, 56 anos, mora no bairro Portão e preferiu acompanhar a missa na catedral. Mas como chegou quase em cima da hora não conseguiu entrar e teve que ficar do lado de fora. Ela e o marido se espremiam embaixo de uma sombrinha. “Mas está bom aqui. O importante é participar. Eu venho todos os anos e este não podia ser diferente”, explica. Zilá Adélio de Souza, 59 anos, não se importou com a chuva e acompanhou a celebração em um abrigo de ponto de ônibus. Conta que sempre participa das celebrações da igreja. “Serve para reforçar a fé”, ressalta. Depois da missa os fiéis saíram em procissão pela cidade.

Indefinida escolha de bispos auxiliares

A Arquidiocese de Curitiba pode voltar a ter três bispos auxiliares. Ela é responsável por cinco dioceses: Curitiba, União da Vitória, Guarapuava, Ponta Grossa e Paranaguá. Atende a três milhões de habitantes. Mas o novo arcebispo, dom Moacyr Vitti, não adianta se isso realmente vai ocorrer. Ele afirma que depois que assumir o posto vai estudar a necessidade de criar novos cargos. Hoje, o trabalho é dividido apenas com o bispo auxiliar dom Ladislau Biernaski.

Dom Moacyr assume a arquidiocese no dia 18 deste mês em uma celebração na Catedral Basílica de Curitiba. Depois vai à Roma e, junto com outros arcebispos, recebe o pálio – uma espécie de colar de lã de carneiro, bento pelo papa João Paulo II. O símbolo é entregue no dia 29 de junho, dia de São Pedro e São Paulo, considerados os grandes evangelizadores da Igreja Católica.

Quando o arcebispo voltar para Curitiba, vai começar a estudar a necessidade de se criar novos cargos. A arquidiocese já teve três bispos, além de dom Ladislau, dom Sérgio Brachi, que assumiu e diocese de Ponta Grossa, e o próprio dom Moacyr, que deixou a cidade para ser bispo diocesano em Piracicaba (SP).

Segundo dom Moacyr, o processo para a escolha de novos bispos auxiliares costuma ser demorado, podendo levar entre seis meses e um ano. Os nomes são indicados tanto pelo arcebispo quanto pelos outros bispos do Estado. Depois, são enviados para o núncio apostólico, em Brasília, que representa o papa no País. Lá é verificado a vida de cada um, por meio de uma consulta a pessoas que os conhecem. Só depois os nomes vão para Roma. Mas antes de chegar às mãos do papa para a escolha final, passam também pelo crivo do bispado.

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