Do molinete ao barco de última geração

A série ?Conversa de pescador? entra hoje em sua quinta reportagem. No garimpo das melhores histórias, a Tribuna encontrou o empresário José Ari Weber, 63 anos, que curte a praia desde molequinho. Com residência de verão em Santa Terezinha, para ele não importa a estação do ano para ficar à beira-mar e praticar uma boa pescaria. É um apaixonado pelo esporte. Recentemente comprou um barco ultramoderno, daqueles que têm até GPS, com motor de última geração, que não polui o ambiente. Quer singrar pelos mares do Sul em busca daquele ?peixão?! Weber confirma a dica que o Moluskowski deu na semana passada: ?Para pescar na praia, nada melhor do que usar o corrupto como isca?. Ponto para o nosso consultor de assuntos pesqueiros, que só dá bola dentro! Vale contar que o corrupto é um crustáceo pequeno (uma mistura de caranguejo e camarão em tamanho reduzido) que dá na areia. Não é difícil de ser capturado, mas tem muita gente, já na beira da estrada que leva às praias, vendendo o bichinho. Mas vamos conhecer a história de Weber, que já passou até mesmo por um naufrágio.

Boa leitura!

Um naufrágio e a pesca de uma arraia ?deste tamanho?

pescador02200108.jpgPara quem vê José Ari Weber na beira da praia de Santa Terezinha (em Pontal do Paraná) com uma vara de molinete na mão, pegando alguns peixinhos pequenos, não pode imaginar por quantas aventuras ele passou nos últimos anos. Enquanto explica que, na pesca de praia o ideal é usar uma vara leve, com bom molinete e linha especial de nailon de multifilamentos, ele é cutucado pela esposa – Clotilde Weber – para que não esqueça de contar a história do naufrágio sofrido no ano passado, bem no Canal da Galheta, próximo da Ilha do Mel. Ele, o filho e um amigo retornavam da pescaria, por volta da 20h. Já estava bem escuro. Os três ocupavam um barco inflável, que acabou sendo o ?salvador da pátria?.

pescador03200108.jpgNavegando em boa velocidade, o grupo não viu o outro barco, totalmente pintado de preto, sem qualquer iluminação, ocupado por dois pescadores profissionais, moradores da região. O choque foi inevitável. ?A gente só notou quando houve a trombada. Fomos todos para o mar. Os rapazes do barco se machucaram feio (um quebrou até costelas) e nós também sofremos várias escoriações. Em meio àquela loucura toda provocada pelo susto, meu filho conseguiu desvirar o barco inflável e todos nós subimos nele, conseguindo alcançar o continente. Depois fomos para o hospital, fazer os curativos necessários. Eu tive que costurar minha orelha, porque ela cortou pela metade?, contou.

O acidente reforçou uma lição que Weber já sabia. É sempre necessário levar no barco caixa de primeiros socorros e todo mundo usar salva-vidas. ?Isso é fundamental e foi o que nos salvou?, garante.

pescador04200108.jpgMas como pescaria sempre dá mais alegrias que tristeza, Weber gosta mesmo é de contar dos bons peixes que já pegou. Adora pegar robalos, já apanhou pescadas de seis quilos e um calafate de três quilos, mas seu maior ?prêmio? foi, sem dúvida, uma arraia gigante, que pesava 30 quilos. ?Ela tinha 1,20m de ponta a ponta. Era enorme?, conta Weber, abrindo os braços para mostrar o tamanho do bichão. Mas ele, que é um pescador ecologicamente correto – solta todos os peixes com menos de um quilo – também soltou a arraia, para que aquela beleza toda pudesse continuar no mar. E o melhor, ele diz que pegou a dita cuja no anzol. Será que isso e história de pescador? (MC)

Dicas do Moluscówski

Vamos pegar pampos-galhudos

O melhor local para fisgar os pampos-galhudos é logo após a arrebentação. A melhor isca é a que estiver disponível na própria praia (tatuí, sernambí, corrupto); na falta, o camarão morto. Use pernadas longas, pois os pampos não gostam de comer no fundo.

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