Depois de 12 anos, mãe encontra filha em abrigo

Há 12 anos, Esmeralda Diniz da Silva estava em uma situação difícil. Tinha cinco filhos pequenos, estava desempregada e o marido tinha acabado de morrer. Sozinha, não conseguiria se manter. Precisou da ajuda de vizinhos. Fez um trato: deixaria os filhos com as pessoas que moravam perto da casinha em que morava de aluguel, mas com a garantia de que as crianças voltariam para ela, assim que conseguisse um emprego. Três dos filhos voltaram. Dois ? Michele e Cléber ? ficaram com Terezinha Alves de Lima e o marido, Antônio Portela.

Michele, a filha mais nova, acreditou por todo esse tempo que sua mãe biológica havia morrido. Somente nesta semana a garota, agora com 15 anos, descobriu que Esmeralda está viva. O reencontro aconteceu ontem, na FAS da regional Portão. “Nunca deixei de acreditar que reencontraria minha filha. Agora só falta o meu menino”, dizia Esmeralda, antes de rever a filha.

O caso foi solucionado graças ao Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia), uma rede de informações via computadores, instalada nas oito regionais de Curitiba, em parceria com o Ministério da Justiça. Tudo aconteceu por acaso. Esmeralda foi até a FAS se inscrever em um programa para receber cestas básicas. Ao informar seu nome, a conselheira que a atendia, Sueli de Oliveira Veloso, achou estranho. Na tela do computador, Esmeralda constava como falecida. Logo abaixo, vinha o nome de Michele.

“Achei estranho e Esmeralda me disse que Michele era o nome de sua filha”, disse Sueli. A partir daí, o Conselho Tutelar fez suas investigações e chegou à conclusão de que Michele era mesmo a filha de Esmeralda. “O nome de Michele estava no computador porque ela havia entrado em contato com o Conselho Tutelar, depois da morte da mãe adotiva, para ser abrigada em uma de nossas instituições conveniadas”, explicou a conselheira. Havia dois meses, Michele estava no abrigo Madre Antônia.

Michele também conheceu seus oito irmãos. “Minha vida vai mudar completamente, graças a Deus”, disse a garota. O Conselho Tutelar ainda não pode liberar Michele para que ela volte a morar com Esmeralda, imediatamente. É necessário que haja um período de adaptação.

“Já estou pensando em fazer mais um cômodo lá em casa, para que ela e o Cléber fiquem mais à vontade. Porque eu sei que também vou encontrar o meu filho”, comentou Esmeralda. O Conselho Tutelar já está procurando pelo garoto, hoje com 17 anos.

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