Sinal amarelo

Curitiba perto de ter um trânsito caótico em um futuro próximo

É inegável que o trânsito se tornou um dos maiores problemas da cidade de Curitiba. Engarrafamentos, inúmeros pontos de lentidão e longas horas ao volante já fazem parte do cotidiano do curitibano. Para se ter uma ideia, hoje a capital recebe, em média, 900 novos veículos por semana, que reforçam a marca de 1,46 veículo por habitante, sendo que 40% deles circulam diariamente na cidade.

Diante esse cenário, a Urbs, órgão responsável pelo o controle e monitoramento do tráfego de Curitiba, afirma que está realizando uma série de intervenções nas vias da capital para que o trânsito flua com normalidade nos pontos que apresentam lentidão e congestionamentos. “Temos muitas reclamações, principalmente nos horários de pico, quando não chegamos a ter exatamente engarrafamentos, quando o trânsito precisa estar totalmente parado por mais de cinco minutos, mas sim muitos pontos de lentidão. Então estamos correndo atrás para que o trânsito tenha maior fluidez nesses pontos e em toda a cidade”, afirma Rosângela Battistella, diretora de trânsito da Urbs.

Entre essas intervenções, está o Anel Viário, que tem como principal objetivo melhorar a mobilidade e o acesso em toda a região central da cidade. A obra prevê a revitalização do pavimento, das calçadas e a adequação da sinalização semafórica em 25 quilômetros de um conjunto de ruas que formam um anel ao redor do centro. No sentido horário, o anel terá 12 quilômetros de ruas e no sentido anti-horário, outros 13 quilômetros. “Os motoristas vão percorrer distâncias um pouco maiores, mas o tempo de deslocamento será menor”, afirma Rosângela.

O Anel Viário passará por oito bairros e entre as ruas que passarão por obras estão a Desembargador Motta e a Brigadeiro Franco, no Batel; a Brasílio Itiberê e a Engenheiros Rebouças, no Rebouças; Lysimaco Ferreira da Costa e Teffé com Roberto Barrozo, no Centro Cívico; Ubaldino do Amaral e Sete de Abril, no Alto da XV.

Binários

Outra solução bastante utilizada pela cidade de Curitiba para dar fluidez ao trânsito é a execução dos binários. Espalhado por toda a cidade, o sistema do binário consiste em transformar vias paralelas de mão dupla em ruas de único sentido. Atualmente, duas grandes obras de binários estão em andamento em Curitiba. No binário Chile-Guabirotuba, os motoristas que se dirigem do Jardim Botânico para o Rebouças, pela Rua Alberto Twardowski, entrarão à direita em um trecho de rua que será aberto pela prefeitura até a nova trincheira, passando por baixo da Avenida das Torres para alcançar um prolongamento da rua Chile, até a rua Conselheiro Laurindo.

Já o binário Gastão Câmara/Jerônimo Durski, que está em fase de pavimentação, vai facilitar o trânsito na região do Bigorrilho. Nesta quadra, o motorista que vier pela rua Martin Afonso pode entrar na Gastão Câmara e acessar uma das ruas do binário Júlia da Costa/Princesa Izabel. Além disso, vai se interligar ao binário Euclides da Cunha/Desembargador Costa de Carvalho, que interligam os bairros Água Verde, Bigorrilho e Campina do Siqueira.

Apesar de ser uma ferramenta importante para desafogar o tráfego, a execução dos binários é complicada, já que normalmente transformam ruas relativamente tranquilas em vias movimentadas. “Temos que abrir um diálogo com o comércio e os moradores dessas ruas antes de fazer o binário. Não podemos impor nada e normalmente sempre há uma negociação com a população antes de implantarmos o binário.