Cultura para crianças da Vila das Torres

Crianças moradoras da Vila das Torres, em Curitiba, terão a oportunidade de aprender sobre a cultura brasileira, em um projeto que envolve teatro, dança, literatura, música, expressão plástica, bonecos e capoeira. O Raízes Brasileiras é uma iniciativa do Pé no Palco Atividades Artísticas, que pretende, através do trabalho com as crianças, mostrar a força da arte como manifestação de transformação da sociedade.

As aulas vão acontecer duas vezes por semana, sempre no contrafluxo escolar. Os cinqüenta participantes têm entre 7 e 14 anos. São crianças consideradas de vulnerabilidade social, integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), desenvolvido pelo governo federal e a Prefeitura. Até novembro, seis arte-educadores irão trabalhar oficinas distintas, e o resultado será a montagem de um espetáculo conjunto.

De acordo com o arte-educador e professor de teatro, Roberto Quartarolli, a proposta do Raízes Brasileiras é ampliar para essas crianças a possibilidade de contato com a cultura brasileira. “A maioria delas não tem acesso a atividades culturais e tem como referência o que é passado pela televisão”, disse Quartarolli, acrescentando que “a intenção é colocar os alunos em contato com as manifestações culturais do Brasil”.

Responsabilidade social

“O papel desse projeto é mostrar que a arte pode contribuir para a melhoria das diferenças sociais e, com isso, dar acesso e democratizar a cultura”, afirmou a supervisora-geral do Raízes Brasileiras e diretora teatral, Fátima Ortiz. Para ela, o projeto é inovador na medida que é transdisciplinar e integra diferentes aspectos culturais do País. Fátima ressaltou que a idéia é compor com as crianças a bagagem cultural que trazem de casa com a cultura de raiz. “Queremos resgatar a sensibilidade de cada criança em um momento de criação coletiva. Isso, com certeza, vai ter influência na sua vida adulta e na família”, destacou.

Para Jéssica Almeida e Viviane Silva, ambas com 13 anos, o projeto desperta muita curiosidade, pois terão acesso a algo que parecia inatingível. Elas contam que já assistiram a uma peça de teatro e a vontade era estar fazendo o papel dos atores. “Eu pensei em estar lá, e agora vou aprender como se faz”, diz Jéssica. Everton Luiz Silva, 14 anos, e Marlons Lemes, 12 anos, já participaram de uma peça de teatro na escola que falava sobre a reciclagem. A experiência, dizem, foi legal, e agora querem aprender sobre música e capoeira.

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