Crise energética pode afetar ambiente

Especialistas discutiram ontem, durante seminário em Curitiba, a crise de energia e suas conseqüências ambientais. Os ambientalistas defendem a necessidade de repensar o modelo energético, aproveitando fontes alternativas de energia.

O evento foi promovido pela Câmara de Cultural/Organização da Sociedade Civil de Interesse Público ? organização não-governamental fundada em 1999 no Rio ? que vem estimulando ações e debates sobre vários temas em todo o País. Para o vice-presidente da Câmara de Cultura, ambientalista José Henrique Cortez, é necessário levantar assuntos importantes para tentar mobilizar a sociedade a participar das decisões dos governantes, que têm influência direta na vida da população.

“A questão da crise de energia e o ambiente é um dos principais pontos dessa reflexão, pois interfere de forma clara na nossa vida”, comentou Cortez. Segundo ele, os dois temas estão intrinsecamente ligados.

Escassez de água

Apesar de muitos especialistas atribuírem a crise na energia à falta de investimentos em geração, transmissão, distribuição e privatizações, Henrique Cortez defende que o problema está ligado à escassez de matéria-prima, a água.

O Brasil tem 87% da sua energia gerada por hidrelétricas, e a crise foi uma conseqüência do esvaziamento dos reservatórios, não só pela falta de chuvas, mas também pelo desmatamento de áreas. Dessa forma, defende Cortez, é preciso repensar a forma de exploração e geração da energia, usando alternativas como produção eólica ou fotovoltaica, que pode atender áreas específicas.

Não ao carvão

Investir em termelétricas a carvão, por exemplo, é irracional, afirmou Henrique Cortez. Segundo ele, 30% da energia produzida nos EUA vem do carvão, que chega a ser mais poluente que a nuclear. “Por isso que os EUA não querem assinar o protocolo de Kyoto ? documento no qual os países se comprometem a reduzir a emissão de poluentes para diminuir o efeito estufa”, finalizou.

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