O agricultor aposentando Conrado Pereira Filho, de 84 anos, da cidade de Tapejara, no Noroeste do Estado, está pedindo ajuda para trazer o corpo do filho, Isaías Pereira, que faleceu nos Estados Unidos no último dia 8. A família não tem como pagar os US$ 9 mil para cobrir as despesas do translado. O aposentado teme que o corpo do filho seja destinado para estudos ou seja cremado.
Conrado diz que o filho, antes de sair do País, havia trabalhado como locutor de rádio e professor, mas decidiu tentar uma vida melhor nos Estados Unidos. Isaías, que ia completar 40 anos em maio, morava lá há seis anos e o dinheiro que ganhou até agora foi usado para quitar as dívidas que contraiu para fazer a viagem. Ele fez três tentativas até conseguir ficar lá trabalhando. Agora iria começar a juntar dinheiro para dar uma vida melhor para a esposa e o filho de seis anos.
Mas os sonhos de Isaías acabaram quando ele sofreu um acidente de carro entregando pães, no ano passado, fraturando a espinha. Durante todo este tempo, fez tratamento em casa amparado pela empresa que o havia contratado. Ele deveria passar por uma cirurgia, mas não conseguiu esperar. "O meu filho falava que havia 90% de chance de ter que ficar numa cadeira de rodas e se fosse assim, ele não queria viver. Acabou morrendo", desabafa o pai.
Há dez dias Conrado vem pedindo ajuda para políticos da região e governo, mas até agora não conseguiu nada. Ele diz que ganha apenas R$ 300,00 por mês e não tem como juntar o dinheiro. A nora também não tem condições de ajudar, ela vive atualmente com a mãe que também é aposentada.
"O meu filho havia ganhado o direito de receber uma indenização, mas a empresa recorreu e ele acabou perdendo", se entristece o pai. Conrado diz que está preocupado porque o tempo está passando e ele não sabe até quando a funerária vai esperar. "O corpo pode ir para os estudantes ou virar fumaça no ar. É triste ver um brasileiro, um filho nesta situação", diz. O agricultor espera ajuda da população para trazer o filho.