Índice de 0,89

Coronavírus já é a principal causa de mortes no Paraná em 2020, mas transmissão está em queda

Foto: Gilson Abreu/AEN

O Paraná superou, na última terça-feira, a marca de 3 mil mortes pela covid-19. O número já coloca a epidemia causada pelo novo coronavírus como a principal causa de morte no estado no ano. Mas o tempo que o estado levou para chegar a esse quadro indica, ao menos, que a transmissibilidade do coronavírus no Paraná está perdendo velocidade. Há uma semana, o estado mantém seu índice de retransmissão abaixo de 1 – o que indica diminuição no número de novos casos e óbitos diários.

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O número de óbitos por covid-19 no Paraná demorou mais de um mês (32 dias) para dobrar de 1500 para 3 mil. Comparado com o tempo que se levou para chegar da milésima morte para a morte número 2 mil (pois a transmissão do vírus se dá por progressão geométrica), houve uma desaceleração de dez dias na velocidade de duplicação. De mil para 2 mil mortes passaram-se 22 dias no Paraná.

A desaceleração da curva de crescimento da covid-19 no Paraná também se reflete na taxa de retransmissão do coronavírus (Rt). O acompanhamento diário do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Paraná em parceria com a epidemiologia do Hospital de Clínicas mostra que o índice de retransmissão vem caindo desde o dia 07 de agosto, quando estava em 1,16. E, a partir do dia 18, o índice mantém-se abaixo de 1,0, o que significa que um caso confirmado de covid-19 está originando menos do que um novo caso, indicando a diminuição no número de novos casos diários. O Rt atual está em 0,89.

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O Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde mostra que o estado vem registrando queda no número de mortes há duas semanas. Depois de atingir o recorde de 352 mortes na semana entre 02 e 08 de agosto, o estado teve 309 mortes entre 09 e 15 e 231 mortes (número que ainda pode subir por conta de registros atrasados) na semana passada.

A desaceleração nos óbitos por covid-19 fica clara na análise da média móvel de mortes diárias pela doença, a divisão por sete da soma de mortes dos últimos sete dias, que resulta em uma média diária, contornando eventuais variações de datas de notificação. Com pequenas oscilações, a média móvel de mortes diárias teve constante crescimento até o dia 4 de agosto, quando atingiu seu maior número, 54,7 mortes por dia. Desde então, a média vem caindo e, na última terça-feira, estava em 39,1. Nem mesmo o recorde de mortes registradas em um único dia no estado, as 80 do último dia 20 alterou a tendência de queda da média móvel de óbitos.