Confusão em eleição do Coren estadual

Sob protestos de ?desrespeito?, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem realizaram eleição para a nova diretoria do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR).

A média de tempo de espera para votação variou de três a quatro horas e a fila chegou a dar duas voltas na quadra do único local de votação, na Rua Augustinho Leão Júnior, no Alto da Glória, em Curitiba.

Eram esperadas 9.219 pessoas para a votação. A única chapa concorrente é encabeçada por Montgomery Pastorelo Benites.

Diversas pessoas passaram mal enquanto aguardavam. Uma das eleitoras, revoltada com o que chamava de ?descaso? com a situação, bateu na mesa e quase foi agredida por um dos seguranças do local. O voto era obrigatório e quem não comparecesse para votar pagaria multa correspondente a uma anuidade do Coren, que pode variar entre R$ 100 e R$ 179.

Mesmo quem chegou cedo enfrentou a demora. ?Estou há mais de duas horas na fila. Por que não levaram as urnas para os locais de trabalho? Isso com certeza evitaria esse aborrecimento?, questionou a técnica em enfermagem Zilda Ribeiro da Anunciação.

Alguns foram até o local de votação com os filhos, como Márcia Pereira. ?Tive que trazer minha filha pequena porque a escola abre às 8h e não tinha com quem deixá-la?, queixou-se. ?Enquanto estamos aqui, tem pacientes precisando de atendimento em todos os hospitais. Eu ainda tenho hoje plantão de 12 horas, para o qual vou ter que ir sem banho e sem comer?, disse Magali Alves.

A votação deveria acontecer das 8h às 17h, mas pouco antes do fim do tempo determinado, os eleitores invadiram o local. Sem controle, funcionários continuaram o processo de votação. Perto das 18h, algumas filas continuavam enquanto outras foram impedidas de votar.

Outros desistiram. ?Vou embora. Fiz cirurgia na coluna há poucos dias e não posso subir as escadas com esse empurra-empurra?, reclamou Leni Mendes, enquanto saía do Coren.

Informações desencontradas eram repassadas, como a liberação da multa para aqueles que não conseguissem votar. A reportagem flagrou membros da organização orientando os eleitores para que furassem a fila para votar a tempo.

Eleitores questionaram a validade do pleito. ?Essa eleição é ilegal. Não conseguiram cumprir o que eles mesmos colocaram como regra, de terminar às 17h?, apontou o auxiliar técnico de enfermagem do Hospital Evangélico, Flávio dos Santos.

No fim do dia, fichas de justificativa para devolução em 120 dias foram entregues a quem aguardava. A Polícia Militar (PM) foi acionada e acompanhou a situação sem interferir.

Sem resposta

A diretoria do Coren disse que enviaria uma nota com esclarecimentos sobre as eleições, mas não se pronunciou até o fechamento dessa edição. No Coren, encarregados pelo processo de votação se recusaram a dar qualquer explicação sobre qual seria o procedimento adotado depois da confusão.

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