Compras para o Dia das Crianças exigem cuidados

Chegou a hora de comprar o presente para o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro. Além de pesquisar preços, o consumidor deve ficar atento a aspectos do brinquedo que indicam se é compatível com a idade da criança. A qualidade e a segurança também devem ser levadas em consideração.

O primeiro passo na escolha do presente é verificar se há o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Ele garante que o brinquedo foi testado e que não possui problemas técnicos.

“É obrigatório o selo do Inmetro em qualquer brinquedo vendido no Brasil”, comenta a coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia. Brinquedos importados, especialmente da China, podem não ter o selo, assim como produtos piratas. Tais produtos podem trazer riscos à segurança e saúde da criança.

De acordo com a coordenadora, o segundo critério a ser observado é a indicação da faixa etária. “É muito importante avaliar se a criança está apta a lidar com aquele brinquedo, independentemente da indicação da faixa etária. Os pais devem avaliar se o brinquedo realmente é bom para a criança. Ela ainda não tem critérios de cuidados”, explica. Ela orienta, ainda, que brinquedos elétricos e eletrônicos sejam dados somente para crianças acima dos oito anos.

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) também chama a atenção sobre a compra no site. A entidade lembra que a pessoa que comprar o presente deve estar atenta aos gostos, interesses, habilidades e limitações da criança.

A compra também deve satisfazer a necessidade da criança, e não a dos pais. “Os pais devem pensar na diversidade e não optar apenas por um tipo de brinquedo que sempre é dado ao filho. É preciso pensar em materiais diferentes”, afirma Cecília Aflalo, consultora da Abrinq.

Alessandra lembra que os pais e familiares também devem prestar atenção na hora de entregar o presente para a criança. É preciso retirar todo o plástico que envolve a embalagem, a caixa e até os arames que são usados para prender o brinquedo no papelão.

Proteção

Para o chefe do serviço de Gastroenterologia Pediátrica e Endoscopia Digestiva do Hospital Pequeno Príncipe, Mário Vieira, brinquedos são assuntos sérios e devem ser tratados dessa maneira pelos pais para garantir a proteção dos pupilos.

Só no setor que ele coordena, semanalmente são atendidos na emergência de dois a três casos de crianças vítimas de acidentes por ingestão ou aspiração de brinquedos e objetos pequenos.

Um dos grandes vilões é a bateria, sobretudo no formato de pastilha, que vem em brinquedos e até calçados com pisca-pisca. “Junto aos cuidados com procedência e certificação, os pais não podem esquecer disso, porque as crianças engolem mesmo”, alerta o médico.

Além do risco de sufocamento (se for aspirado), esse tipo de produto libera substâncias tóxicas que, em duas horas, geram queimaduras graves em órgãos como o esôfago e o estômago. Vieira informa também que as crianças com até cinco anos de idade são as mais vulneráveis a esse tipo de problema.