Carlos Gomes, de 70 anos, aposentado do Exército, está indignado com uma situação que enfrentou no Hospital São Vicente, no centro de Curitiba. Ele conta que, na última quinta-feira, iria realizar uma cirurgia de revisão de prótese no fêmur esquerdo. Entretanto, o procedimento foi cancelado quando ele já estava na sala cirúrgica.
“Fiz todos os procedimentos necessários à realização da operação, inclusive jejum. Quando eu já estava na mesa de cirurgia, prestes a receber anestesia, disseram que o procedimento seria cancelado por falta de material. Posteriormente, me deram alta e me mandaram para casa, sem remarcar a cirurgia”, conta.
Gomes diz que esperava pelo procedimento há vários meses. Em função de problemas em uma prótese que recebeu há cerca de três anos, ele tem dificuldades para caminhar.
“O médico que me atende diz que, se eu não passar por uma cirurgia de revisão da prótese, posso até quebrar o fêmur ao tentar caminhar e ficar inválido. Marquei o procedimento com 16 dias de antecedência e fiquei bastante indignado quando ele foi cancelado na última hora. O que aconteceu foi um absurdo. Um verdadeiro deboche com a minha saúde.”
Ao sair do hospital, ainda na quinta-feira, o aposentado foi direto ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão, na Rua André de Barros, onde registrou um boletim de ocorrência. Ele também pretende entrar na Justiça em busca de uma indenização por danos morais.
Hospital
O diretor técnico do hospital São Vicente, Carlos Alberto Motta, informa que a cirurgia de Carlos Gomes não deixou de acontecer em função de falta de material, mas a um atraso considerado normal ocorrido em um procedimento anterior.
“A cirurgia que estava sendo realizada antes atrasou e o material a ser utilizado na cirurgia de Carlos ainda não estava pronto no horário marcado para o procedimento. Foi comunicado à equipe médica que atenderia o paciente que haveria um atraso de uma hora para que todos os equipamentos estivessem em boas condições de segurança para serem utilizados. Entretanto, a equipe médica não pôde esperar e acabou adiando a cirurgia.”
Carlos Alberto não sabe explicar o motivo pelo qual a equipe médica não pôde esperar. Entretanto, informa que o procedimento foi remarcado para ontem, mas que Carlos Gomes não apareceu no hospital. O paciente, por sua vez, diz que não foi avisado da
remarcação.