Ciganos reclamam do descaso do poder público

Preconceito e discriminação. Essas são as palavras que Maurício de Castro Cristo, presidente da Federação Nacional das Associações dos Direitos e Leis Romani dos Ciganos do Brasil (Fenadruci), usou para definir a ação do poder público com relação ao seu povo. Segundo ele, em novembro de 2002, o prefeito Cassio Taniguchi sancionou a lei que autoriza o Poder Executivo a criar o Memorial da Cultura Cigana, mas até o momento nada foi feito.

O espaço previsto no projeto é de uma área de dois mil metros quadrados, onde seria colocada toda infra-estrutura. O objetivo da área é tornar a cultura cigana mais conhecida, e proporcionar maior conforto, higiene e segurança para algumas famílias, que futuramente serão cadastradas por um esquema de rodízio para permanecer no local. ?Enquanto isso não acontece, vivemos praticamente como animais, pois os acampamentos são rústicos e sem qualquer infra-estrutura. A água e a luz são obtidas dos vizinhos, que recebem uma pequena contribuição financeira. As necessidades fisiológicas, costumam ser feitas em sanitários de postos de gasolina e locais públicos, ou até mesmo a céu aberto. Queremos mais dignidade?, reclama Castro.

Prefeitura

Segundo Maurício Sá de Ferrante, procurador-geral do município, a lei autoriza mas não determina que o Executivo aplique imediatamente o orçamento municipal na construção do Memorial de Cultura Cigana. Isso porque existem prioridades a serem seguidas. Entretanto, ele afirma que o município não está descumprindo a determinação judicial e sim adequando. ?Temos interesse de que seja realizada a obra. Não é uma discriminação ou um preconceito contra o povo, pois se fosse isso, o próprio prefeito teria vetado o projeto, alegando questões técnicas.?

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