O Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) vai ter mais acesso aos fundos de pesquisa e fomento à pós-graduação do governo federal. Com a publicação do Decreto 5.225 no início do mês, todos os centros federais de educação tecnológica (Cefets) passaram a integrar o nível superior de ensino, ampliando o acesso aos programas.
Por ano, o Cefet-PR recebe do governo federal cerca de R$ 100 milhões. Mas o montante é usado apenas para o custeio e pagamento de pessoal. A fundação de apoio à instituição também trabalha para levantar recursos e consegue cerca de R$ 10 milhões anuais. No entanto, 60% desse valor tem o mesmo destino que a verba federal e apenas 40% vão para investimentos.
O diretor de ensino da instituição, Carlos Eduardo Cantarelli, explica que com as mudanças os centros passam a ter acesso a mais fundos de pesquisa e de fomento à pós-graduação. Segundo ele, já existe um plano para ser implantado nos próximos 10 anos, que prevê um aumento no número de especializações. Hoje são 35 cursos de pós-graduação, quatro de mestrado e um doutorado.
Já com relação à autonomia, a situação do Cefet-PR depois da publicação do decreto não muda praticamente nada. Por estar entre os centros mais antigos, possuía regulamentação diferenciada e já tinha poder para criar e extinguir cursos, além de ampliar vagas. Agora, a mesma autonomia foi estendida aos 29 centros criados mais recentemente.
Hoje estudam 13 mil alunos nos cursos de graduação do Cefet-PR, onde atuam cerca de 1,3 mil professores. No entanto, o conselho diretor do Cefet-PR já aprovou a abertura de novas unidades nas cidades de Londrina e Francisco Beltrão. Mas a possibilidade ainda está sendo discutida com o governo federal, e não há previsão para ser colocada em prática.
Universidade
O Cefet-PR ainda está lutando para conseguir ser reconhecido como Universidade Tecnológica. Isto ampliaria ainda mais o acesso aos fundos de pesquisa, e a instituição poderia emitir o registro de diplomas de cursos superiores, entre outros benefícios. O projeto de lei que autoriza a mudança já passou pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora está na Câmara dos Deputados. Cantarelli acha que a unidade paranaense não vai ter dificuldades para conseguir o título, uma vez que já cumpre todas as exigências. Uma delas é a composição do corpo docente de um terço de doutores e mestres.
Com o decreto do presidente, agora integram o nível superior de ensino faculdades, faculdades integradas, faculdades de tecnologia, institutos e escolas superiores, centros universitários e centros federais de educação (Cefets).