Carregando histórias e imaginação

Uma livraria ambulante. É assim que se autodefine Eduardo Beirith, 39 anos. Todos os dias, ele enche duas maletas com cerca de 50 livros – cada uma pesando em média 15 quilos – e sai pelo centro de Curitiba em busca de leitores. Aborda pessoas que estejam caminhando na rua ou até mesmo em bares bebendo. Para conquistar o consumidor, chega a ficar mais de uma hora discutindo alguma obra. Está nessa profissão há nove anos e não passa um dia sem que uma venda seja realizada.

Eduardo fez a faculdade de Belas Artes, foi primeiro violonista da orquestra do Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba e foi professor de música. Mas trocou a atividade para vender livros. Ele explica que não faz uma venda comum, como ocorre nas livrarias, costuma ler sobre as obras e chega a ficar um bom tempo batendo papo com as pessoas.

Eduardo tem uma livraria no centro de Curitiba, mas prefere ir em busca do leitor. Com o tempo, foi aprendendo a abordar as pessoas na rua, sempre preocupado em não atrapalhar o que elas estão fazendo. Pela experiência, analisa o perfil e tenta descobrir se gosta de ler. Se achar que sim, oferece as obras. Conta que já levou vários "não", mas sempre consegue agradar alguém com alguns dos gêneros que oferece. Na mochila há livros de literatura, história, ciências, religião, psicologia, filosofia e esoterismo. O preço é outro atrativo: a maioria custa entre R$ 20 e R$ 25.

O vendedor conta que começou a realizar esse tipo de venda com um filósofo que era dono de uma livraria. A primeira cidade em que trabalhou foi Cascavel, depois Maringá, Guarapuava e agora Curitiba. Na capital, os pontos onde costuma circular são o Largo da Ordem, a Boca Maldita e a Rua 24 Horas.

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