Câncer em crianças não tem tratamento adequado

O câncer em crianças e adolescentes tem sido diagnosticado muito tarde no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) todos os anos são registrados 7,1 mil novos casos. Mas destes, apenas 4,6 mil são tratados adequadamente e os demais nem chegam a ser descobertos. Encerrou ontem no Hospital Pequeno Príncipe o seminário destinado a alertar médicos pediatras e estudantes de medicina sobre o assunto.

Entre os fatores que dificultam o diagnóstico precoce está a baixa incidência em crianças e adolescentes. Além disso, os sintomas são parecidos com os de outras doenças comuns na infância, como febre, dor do crescimento, anemia , manchas roxas pelo corpo e dores abdominais. Aliado a isso, está a falta de preparo dos pediatras, que estudam muito pouco sobre a doença na faculdade e acabam não fazendo a relação dos sintomas com o câncer.

O sistema público de saúde também colabora para o problema. O aparecimento constante de alguns sintomas pode ser um sinal claro de câncer e muitas vezes a própria família não relata isso ao médico. Para piorar, as crianças não contam com o acompanhamento do mesmo médico durante as fases de seu crescimento. Nos postos de saúde são atendidas por profissionais diferentes, que não têm conhecimento do seu histórico de saúde. Muitos pediatras também não dispõem de tempo para investigar os sintomas, pois há várias pessoas na fila.

A leucemia é o câncer mais comum, ela representa um total de 45% dos casos. Em segundo lugar estão os tumores cerebrais. Segundo a chefe do setor de hemato-oncologia do hospital, Flora Watanabe, o hospital recebe todos os anos 100 novos pacientes e muitos em estágio avançado. Quando a doença é diagnosticada precocemente, 70% deles são curados. No interior do Estado a situação é pior. Não existe nenhum centro credenciado ao SUS. Só os hospitais Pequeno Príncipe, Erasto Gaetner e Hospital de Clínicas, na capital, prestam o atendimento.

O Pequeno Príncipe está em fase de ampliação do atendimento ambulatorial de quimioterapia, de 8 vagas o número sobe para 12.

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