Calçadas de Matinhos cheias de entulho

Um passeio no fim de semana pelas ruas do centro de Matinhos denuncia que passantes têm de dividir o espaço nas calçadas com montes de entulhos e restos de material de roçada recolhidos dos terrenos baldios. O problema, segundo a Prefeitura, é causado pelo não cumprimento, por parte dos proprietários, das normas que regem esse tipo de recolhimento. Aliado a isso estaria a falta de sensibilidade dos responsáveis, que se livram de móveis e materiais de construção em áreas públicas ou no terreno do vizinho. Quem paga o preço, entretanto, é a população, que reclama da demora na tomada de providências definitivas com relação ao acúmulo desse tipo de lixo.

No trecho da PR-412 que corta a região central da cidade, os entulhos acumulados ao lado de um dos pontos de ônibus demonstram o descuido. ?Estão aqui faz tempo?, diz o morador Álvaro Tedesco, que todos os dias toma o transporte coletivo no local. ?Estou aqui há 15 anos e o lixo geralmente é problema?, complementa a esposa Maria Odete. Além da madeira e pedaços de concreto, é comum ver garrafas e embalagens de alimentos espalhadas nas proximidades. ?Acho que a Prefeitura tinha de ver isso?, reivindica.

Poucos metros dali – e a apenas a algumas quadras do Paço Municipal -, ruas transversais que levam à praia apresentam cenário semelhante. O garçom José Natal atesta que os restos de plantas resultantes da roçada de um terreno impedem a passagem há uma semana. ?O pior é que a sujeira atrapalha o turismo também?, opina. A dona de casa Áurea Konig diz que foi o filho que fez a limpeza do terreno a pedido do dono, tendo acordado a remoção previamente com o poder público. ?Mas, infelizmente, a cidade está abandonada?, reclama. Além disso, os moradores alegam faltar a alguns proprietários senso de responsabilidade. É comum ver até mesmo restos de móveis despejados em terrenos desocupados, demonstrando que, além da rua, há quem descarte seus pertences em propriedade alheia.

O chefe de gabinete da Prefeitura, Omar Saikali, afirma que o poder público tem feito o possível para deixar a cidade limpa, mas reclama de descumprimento das normas que regem esse tipo de remoção, organizadas no decreto municipal n.º 381 de 2006. ?Espalhamos o comunicado da lei por toda a cidade, em panfletos e publicações em jornal, mas tem gente que ainda joga os entulhos na calçada fora dos horários e dias estipulados para recolhimento?, diz. Ele informa ainda que há fiscais rondando a cidade e notificando os responsáveis, uma vez que o decreto proíbe a colocação de entulhos provenientes de demolições, restos de construções e material vegetal decorrente de podas ou corte em vias e logradouros públicos. Apesar das constatações relatadas pelos moradores, Saikali afirma que, na região central, o recolhimento é feito diariamente.

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