Brincadeiras podem diminuir a agressividade

A solução para o problema da agressividade e das dificuldades de aprendizagem podem ser resolvidas com brincadeiras. Os pais e educadores deveriam estar mais atentos para a atividade, já que a prevenção começa nos primeiros anos de vida. É o que afirma o francês André Lapierre, pai da psicomotricidade relacional, que esteve ontem em Curitiba e pesquisa o tema há 40 anos.

Segundo o pesquisador, uma criança que costuma agredir seus amigos na escola está apenas colocando para fora a violência que nasce com todo ser humano. Para acabar com este tipo de comportamento, ela precisa encontrar outra forma de exteriorizar o que sente.

É nessa hora que os pais e educadores precisam saber como agir. Lapierre sugere brincadeiras simples, sem regras nem cobranças. Em uma delas o pai pode virar um jacaré, o filho, para se defender, vai agredi-lo de modo simbólico. Assim a criança vai aprendendo a lidar com o que sente e a entender que este tipo de comportamento não pode ser adotado no dia-a-dia. Passada a brincadeira, os pais devem retomar a imposição dos limites, como a hora de tomar banho e estudar.

A atividade também ajuda a descobrir possíveis causas para o comportamento. Em muitos casos é a falta de carinho dos pais, e a violência acaba sendo um meio de chamar a atenção.

A sugestão vale para crianças de todas as idades, e um trabalho semelhante pode ser feito com adolescentes e adultos. A psicomotricidade poderia ser usada para evitar conflitos como o que ocorreu no final do mês passado no Educandário São Francisco, em Piraquara, onde sete adolescentes foram mortos.

As brincadeiras podem ajudar também a evitar o surgimento de patologias mais graves e até dificuldades escolares e de convívio social. Para ele, a parte psíquica acaba sendo mais importante que a pedagógica: “São os problemas psíquicos que causam as dificuldades de aprendizagem. É preciso dar mais atenção a isto”, considera. “No entanto, as faculdades não têm se preocupado muito com o tema na formação dos professores.”

Esses problemas podem e devem ser prevenidos já nos primeiros anos de vida. O pesquisador destaca que boa parte dos pais trabalha e precisa deixar os filhos em creches: “Na maioria dos casos, as atendentes não têm a mínima preparação para cuidar do desenvolvimento das crianças”.

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