Brasil precisa de doadores de órgãos com urgência

Entre os doadores de orgãos no Brasil, de cada 8 que morrem, apenas um é destinado a doação pela interferência dos parentes, e assim a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos recebe as doações. Os outros sete são bloqueados por parentes omissos ou preconceituosos.

O número é considerado pequeno devido o tamanho da lista de pessoas que aguarda na fila única por um transplante. A realidade no estado do Paraná, infelizmente, não é diferente. Segundo dados do Ministério da Saúde, no ano passado foram realizados 1.143 transplantes de órgãos e tecidos, entre córneas, coração, fígado, rim, pâncreas, ossos e valvas. Entretanto o número de pessoas na fila de espera por um desses órgãos ou tecidos é superior a sete mil.

Segundo Arlene Badoch, coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Paraná, o número de doadores poderia ser maior se o tabu em relação às pessoas de conversarem sobre a morte fosse superado. “Muitas famílias não autorizam a doação do órgão de um parente porque não sabe qual o desejo do falecido ou não sabe qual o procedimento que deve ser feito”, diz Arlene.

Desde 1995, o órgão que regulamenta e executa a lei de transplantes no estado do Paraná, cadastrando e distribuindo com rigor os órgãos obtidos por meio de doador cadáver, é o Centro de Transplantes do Paraná.

A instituição trabalha em parceria com o Ministério Público, que ajuda controlar a lista única de transplante. Entretanto, os órgãos doados por pessoas que estão vivas, como é o caso da medula óssea, são monitorados pelos Hospitais que praticam a operação. No Paraná, o Hospital de Clínicas da UFPR e o hospital Erasto Gaetner são os responsáveis pelo controle e distribuição de médulas ósseas doadas.

O importante é que, de acordo com Arlene, o Ministério da Saúde pretende mudar esse processo e deixar todo o controle que envolve transplantes de órgãos, independente do doador estar vivo ou morto, com as Centrais de Transplantes que estão espalhadas por todos os estados brasileiros. “Acredito que daqui no máximo um ano isso esteja sendo realizado”, diz ela.

Doador

Para ser doador no Brasil não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar a família o desejo da doação, pois somente após a autorização familiar o processo de doação será iniciado.

O potencial doador de órgão é o paciente que morre por morte encefálica, onde somente o cérebro pára de funcionar. O procedimento do médico após a morte encefálica do paciente é informar o nome, idade, causa da morte e hospital onde o paciente se encontra internado, para os centros de notificação, captação e distribuição de órgãos. Após esse procedimento, serão verificados os dados e a autorização familiar. Caso a resposta seja positiva é feita a distribuição dos órgãos, única e exclusivamente, por meio da lista única de transplantes.

Maiores informações sobre o assunto podem ser obtidas pelos sites www.abto.com.br www.doacaodeorgaos.com.br ou pelo telefone (41) 232-5710.

Órgão e Tecidos que podem ser doados

Órgãos/ Tecidos

Tempo máximo Retirada

Córneas

6h Pós Parada Cardíaca (PC)

Coração

Antes PC

Pulmões

Antes da PC

Rins

Até 30 min pós PC

Fígado

Antes da PC

Pâncreas

Antes da PC

Ossos

6h pós PC

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