Na noite de domingo, uma das mais frias do ano, um menino de 10 dias de vida foi abandonado em frente à Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Alto da Glória, em Curitiba.
A criança, que estava dentro de uma pequena banheira, agasalhada e enrolada em cobertores, foi levada pelo Resgate Social até o Hospital Pequeno Príncipe onde ficará em observação até ser liberada e encaminhada para um abrigo social.
Por volta de 20h, quando ainda era celebrada a última missa do dia, o advogado Vinícius Gasparim saiu da igreja e foi até o estacionamento. Quando retornava para o templo, ouviu um barulho, que vinha dos fundos da capela, bem próximo da sacristia.
?Fui ver o que era e me deparei com o menino. Ele não chorava, estava deitadinho numa banheira e enrolado em vários cobertores. Ao seu lado alguns acessórios como a mamadeira e fraldas e também uma carta?, explicou.
Segundo o advogado, na carta, escrita em computador, a mãe do menino pedia perdão pelo seu ato e para que quem o acolhesse, desse amor e carinho. ?Ela parecia ser uma pessoa que gostava da criança, mas por uma situação adversa, num momento de desespero, tomou uma atitude drástica?, completou.
A Polícia Militar foi chamada e também o Resgate Social, que encaminhou o garoto para o Hospital Pequeno Príncipe. ?Ele vai ficar no hospital o tempo que os médicos acharem necessário. Já foi constatado que ele tem 10 dias de vida e passa bem?, falou a coordenadora da Central do Resgate Social, Roseli Carvalho Muraski. ?Assim que sair do hospital, o menino será levado para um abrigo social. Vamos aguardar que a mãe apareça ou a liberação para adoção?, disse.
O padre Celso Vieira da Cruz, que celebrava a missa na hora que o menino foi encontrado, disse que muitas pessoas vão julgar a mãe pelo fato de ela ter abandonado o filho, mas só quem a conhece e sabe o motivo pode falar a respeito.
?Pela carta que a mulher deixou, percebe-se que ela não conseguiu ver alternativa que não fosse abandonar a criança. Percebe-se também que ela tem amor pelo filho?, analisou o padre. Ele acredita que com a cabeça no lugar, a mãe vai sentir falta da criança e, quem sabe, tentar resgatá-la.