Bancos de leite precisam de doações

Nos meses de janeiro e fevereiro os bancos de leite humano sofrem com a baixa nas doações. Neste período muitas mães doadoras viajam, e como não têm como estocar o leite, acabam tendo a produção diminuída, e deixam de colaborar. Por isso, os bancos querem sensibilizar outras mulheres a fazerem as doações. Os sete bancos de leite instalados no Paraná coletaram, em 2006, uma média de mil litros por mês. Porém, no início do ano, essa coleta cai cerca de 30%.  

Só no Banco de Leite Humano do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), neste mês a coleta diminuiu, de uma média de 250 litros, para 198 litros. Segundo a enfermeira coordenadora do banco do HC, Celestina Bonzanini Graziotin, a mulher doadora é aquela que consegue suprir a amamentação do filho e ainda tem leite sobrando. ?A cada vez que ela esgotar o leite, a mama produz mais?, explica. Mas quando a rotina muda e a mulher deixa de esgotar o leite, a produção diminui, e com isso o banco perde uma doadora.

?Por isso queremos chamar a atenção de outras mães que tenham leite sobrando para doar ao banco?, disse. O produto do banco de leite é destinado para crianças que nasceram prematuras, estão internadas, ou a mãe possui alguma doença infectocontagiosa. ?Enquanto está no hospital a mãe é orientada a como amamentar para quando receber alta continuar fazendo isso normalmente. Para as demais mães que têm problemas com a amamentação, o banco oferece orientação?, explicou Celestina.

Segundo ela, muitas mulheres acabam não amamentando por falta de orientação.

Foi o que aconteceu com Maria José Martins, que há 17 dias deu à luz as gêmeas Geovana e Estéfani. Esta foi a segunda gravidez de Maria José, mas a primeira em que ela está amamentando. ?Ele (o primeiro filho) tinha problemas respiratórios e eu não sabia que poderia ter amamentado?, disse. Agora, apesar da dificuldade de lidar com as duas crianças, diz que a experiência é muito boa.

Angela A. Lima está animada: ?Estou doando o meu leite?.

Angela Aparecida Lima também está experimentado pela primeira vez a amamentação. O filho Wendilly nasceu prematuro, mas vem ganhando peso com o leite materno. Além da alegria de ver o filho se desenvolver, ela diz estar feliz por pode ajudar outras mulheres, pois está doando o lei te excedente para o banco. ?Tem mulheres que estão no mesmo quarto que eu e não podem amamentar. Então estou doando o meu leite?, falou.

Ordenha

A enfermeira explica que a mãe que quiser doar o leite pode ligar para o banco para receber todas as orientações. O banco também fornece os vidros esterilizados para o armazenamento e vai buscar o material na casa da doadora. Antes de fazer o esgotamento, a mulher precisa lavar bem as mãos e escolher um lugar reservado, longe da presença de animais, e fazer uma massagem nas mamas. Os primeiros jatos de leite devem ser desprezados, pois podem conter micronutrientes que contaminam o líquido.

O material coletado deve ser congelado, e as próximas coletas devem ser feitas em um recipiente, fervido por 15 minutos, antes de ser colocado junto com a primeira coleta. Esse material pode ficar armazenado por até 14 dias. Já no banco de leite ele passar por diversas análises e é pasteurizado antes de ser distribuído para as crianças.

* Mais informações pelo telefone (41) 3360-1867.

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