Banco do Brasil vai a julgamento por racismo

A 15.ª Vara Civil de Curitiba vai julgar, na próxima quarta-feira, ação movida contra o Banco do Brasil, acusado de ter praticado, no ano passado, discriminação racial contra a Associação de Preservação da Cultura Cigana (Apreci). Segundo o presidente da Associação, Cláudio Domingos Iovanovitch, o banco demorou doze dias para liberar uma retirada de dinheiro da conta da entidade.

A Apreci, que existe desde 1995, tem o objetivo de diminuir o preconceito e a discriminação em relação a sua cultura. Para isso, a associação foi a Brasília para tentar conseguir recursos e realizar um projeto cultural com crianças de escolas públicas de primeira a quarta série, com a finalidade de divulgar a cultura cigana. O projeto foi aprovado, por meio da Lei Rouanet e pela Secretaria da Cultura do Paraná dentro do programa Conta Cultura. Com isso, a associação recebeu o patrocínio da Sanepar de R$ 119 mil, quantia depositada no BB, agência seminário. Quando Cláudio foi retirar o dinheiro, o gerente pediu uma comprovação de que ele estaria autorizado para mexer na conta. Após a apresentação do documento, depois de quase duas semanas de pesquisa, foi liberado o saque. “Quando abri a conta para o depósito levei todos os documentos necessários. Por que na hora de retirar tenho que levar novamente? Para ele deve ter sido absurdo um cigano ter tanto dinheiro”, acusa Cláudio.

Para o superintendente regional do Banco do Brasil no Paraná, Edemar Mombach, a atitude do gerente foi absolutamente normal. Quando há qualquer dúvida em relação ao pagamento de determinada conta, independente do cliente, é obrigação do gerente verificar todas as informações.

Perdas

Para a Associação de Preservação da Cultura Cigana, após o ocorrido, o projeto não conseguiu mais patrocínio de outras entidades. Com isso, não pôde dar continuidade ao programa, que durou um mês e atingiu mais de 30 mil crianças.

Voltar ao topo